Reportagem The Album Leaf
Pela segunda vez, os Californianos The Album Leaf de Jimmy LaValle assentam em terras lusas para mais uma viagem post-rockiana pelos sons de acalmia. Se na primeira passagem o motivo era a abertura do concerto dos Sigur Rós (em 2003), desta vez o motivo chama-se “Chorus of Story Tellers”, lançado no início do mês. Pecaram pelo atraso, mas ninguém pareceu incomodado pela presença de Matthew Resovich e o seu violino, em jeito de compensação pelo resto da banda. Chame-se-lhe banda de abertura, se quisermos.
Uma entrada em palco algo tímida, dispararam-se cinco temas do último álbum, os mesmos cinco que o abrem: Perro, Blank Pages, There is a Wind, Within Dreams e Falling from the Sun. Sala quase cheia aplaudia efusivamente a cada intervalo entre músicas. Introduzido que estava o novo “Chorus of Story Tellers”, Jimmy aproxima-se do microfone para agradecer aos presentes. Mal se adivinhava o intimismo que a noite ainda prometia – pode dizer-se que todos os pedidos foram satisfeitos. Depois de Stand Still e The MP, alguém gritou “Twenty Two Fourteen” e foi isso que recebemos de volta. Estava já criado um ambiente de amizade entre banda e público, suportado por projecções de vídeo atrás da banda e, obviamente, pelo som arrepiante característico do género. A iluminação escolhida pela banda teve também um papel importante no espectáculo, a escolha de pequenas luzes presas aos tripés dos microfones e teclados, mais ou menos coordenadas com as músicas mantinham o público numa escuridão, diga-se, envolvente. The Outer Banks, Until the Last e Wherever I Go seguiram o seu caminho. Não se deu pelo passar do tempo, mas os músicos abandonaram o palco.
Para o regresso, ouve-se mais um pedido. Always for You inicia-se depois de LaValle acusar o público de poderes psíquicos e de fazer conversa enquanto se resolviam problemas técnicos. Referiu a escolha de faixas ao vivo em Portugal para integrarem um dos álbuns de estúdio e foi aplaudido por isso. O restante encore fez-se de Red-Eye e Tied Knots. Tim Reece levanta-se da bateria, e LaValle chama-o: “Where the hell are you going?”. Presentearam o Santiago Alquimista ainda com On Your Way, uma boa escolha para a despedida.