Reportagem The Cinematic Orchestra @ Aula Magna
Antes do tempo previsto para o início da prestação de The Cinematic Orchestra, o auditório da Aula Magna contou com a modesta, crua e minimalista presença do guitarrista acústico, L.D. Brown, mais conhecido como Grey Reverend, convidado da banda. Vindo de Brooklyn (Nova Iorque), o “singer-songwriter” deu um toque de folk gentil com, segundo Jason Swinscope, temas subtis e simples, não deixando de ser irreverentes.
Às esperadas 22 horas, entram os também esperados, seis músicos dirigidos por Swinscope, a cabeça cheia de ideias e influências que com o seu amor pelo jazz, sessões de ritmo e bandas sonoras de filmes, fundou a conhecida orquestra cinemática, nos finais dos anos 90.
A sala estava cheia para receber o estilo improvisado de acid jazz com um toque electrónico dos onze temas que comprovaram a aleatoriedade instrumentada da banda inglesa, desta vez acompanhada por mais dois músicos.
O primeiro dos onze temas, contou com a presença da londrina Heidi Vogel, também conhecida como Heidi Levo, vocalista de 26 anos que acrescentou uma entoação mais ao seu estilo RnB, numa voz intensa, mais tarde acompanhada por Grey Reverend e a sua guitarra.
Foram apresentados temas do álbum Ma Fleur, como “Breathe” e “Familiar Ground”, repleto de arte, criatividade musical em invulgares efeitos sonoros, pelo guitarrista Stuart McCallum, complementados pelo saxofone de Tom Chant e a voz de Heidi.
Eis que chega um clássico, do seu aclamado álbum de estreia Motion (1999), “Ode to the Big Sea” transportou a audiência para a imagem do centro de uma grande cidade em constante movimento, com uma forte ligação ao jazz, nisto que parecia um improviso entusiasta e sincronizado retirado da cena de um filme com direito a um solo do baterista Luke Flowers.
O encore contou com uma nova versão da célebre “To Build a Home”, originalmente interpretada por Patrick Watson e desta vez pela voz dos vocalistas convidados. Uma versão mais acústica, sem piano e com guitarras; diferente mas não tão intensa. Finalmente, Heidi descalça-se e soletra “sapatos” para entoar “All that you give” do álbum Every Day.
O público despediu-se em ovação da sintonia criada pela música que a orquestra transmitiu durante hora e meia, não esquecendo as sensações que vinham com a mesma, não fizesse a banda jus ao nome, conjugando o contrabaixo, piano, bateria, saxofone, guitarras e eventualmente clarinete, com os sintetizadores, elementos electrónicos e “samples” criados por Swinscode.