Reportagem The Dodos @ Santiago Alquimista
Terça-Feira e um boletim meteorológico nada favorável, não impediram um número razoável de pessoas de se dirigirem à Rua de Santiago, quiçá na esperança de se verem refugiadas numa bolha impermeável de música indie.
O 'Santiago Alquimista' recebia então, doismileoito e The Dodos.
Oriundos da Maia, os doismileoito respiram versatilidade e possuem uma dose resguardada de ruptura estética necessária às bandas portuguesas que os acompanham lado-a-lado no rótulo de indie. "Caratéquide", "Atrás de mim", "Acordes com Arroz" e "Cabanas" foram algumas das músicas que nos apresentaram, inseridas no álbum homónimo doismileoito. Tímidos em palco, mas com composições audazes, fecham a actuação com o 1º single extraído do álbum "Bem melhor".
Após uma longa espera, motivada por uma aparente descoordenação na preparação do palco, entra Meric Long e companhia para animarem as hostes.
Num regresso aguardado, a banda oriunda de São Francisco, Califórnia e formados em 2006, contam já com 3 álbuns, o mais recente LP, intitulado Time to Die. Este último, mais coeso que o Visiter, faz lembrar Animal Collective, sem a dose de psicadelismo levado ao extremo. Riffs agradáveis ao ouvido e uma fusão de influências pouco convencionais fazem desta banda um pólo interessante num espectro vasto do tão falado indie. Aliar Ewe drumming(Meric Long) com resquícios de metal (Logan Kroeber) e um vibrafonista com formação clássica não soa fácil, porém The Dodos parecem nadar na música como um peixe dentro de água.
Músicas como "Fables" e "Longform" fizeram as alegrias de um público que bateu o pé no soalho, em vez da poça.
Um concerto consistente, energético, marcado por uma atitude descontraída de quem se queria divertir e trabalhava incansavelmente para divertir quem os ouve.