Reportagem The Mission no Porto
Muitos foram os que, no dia 11 de Outubro, apesar da chuva, se deslocaram ao Hard Club para celebrar os 30 anos dos The Mission.
Maioritariamente entre os 30 e os 40 anos e vestindo desde o negro ao vestuário mais convencional, o público era variado, pois os The Mission conseguem ser transversais a vários gostos musicais e tribos urbanas.
Os The Awakening formaram-se em 2015, em Johannesburgo, residindo atualmente nos Estados Unidos, contando já com oito álbuns e vários Eps. A banda caracteriza-se pelo seu rock gótico, fazendo lembrar bandas como HIM, The 69 Eyes ou Dreadful Shadows.
O espetáculo teve início às 21h, com a sala já bastante composta e com um público bastante expectante relativamente à banda convidada, a qual não desiludiu. O concerto foi progredindo em intensidade, tanto de entrega da banda como da resposta positiva do público, culminando na música que os lançou, “The Sound of Silence” (versão de Simon & Garfunkel). O líder e vocalista Ashton Nyte mostrou-se simpático, comunicativo e com sentido de humor, fazendo-se acompanhar de um amigável copo de vinho do Porto. Terminam ao fim de 40 minutos com “The Dark Romantic” e sem encore.
Os The Mission subiram ao palco às 22h, com a sala já completamente lotada e contando com um quinto elemento, Evi Vine (com projeto homónimo dentro do estilo Folk/Soundscape/Post Rock).
Abriram com o tema “Beyond The Pale”, pondo de imediato o público a cantar a uma só voz, e seguiram-se temas como “And the Dance Goes On”, “Tyranny of Secrets” e “Garden of Delight”, até que, num ritmo bastante acelerado, tocaram “Like a Child Again”, acompanhados por um público completamente eufórico a cantar em uníssono.
O som, no entanto, precisava de uns ajustes, pois a voz de Wayne estava, por vezes, bastante estridente, e a convidada Evi dificilmente se ouvia.
Wayne, sempre brincalhão e provocador, tentava falar Português entre as músicas, enquanto segurava uma garrafa de vinho tinto na mão e ia dizendo, aleatoriamente, palavras de que se ia lembrando: “cerveja”, “ovos”, “peixe” e, claro, “vinho tinto”. É um grande músico, bem como um excelente entertainer.
A primeira parte terminou com “Wasteland”, também tocada a um ritmo mais acelerado que o habitual, e com vários papelinhos brancos a serem largados por cima do público durante a música, criando um ambiente de festa e mágico.
Apesar do peso da idade Wayne foi imparável, voltou para o primeiro encore, com o único tema acústico e mais introspectivo da noite, “Bird of Passage”, acompanhado de Evi. Seguiram-se mais clássicos como a bela “Butterfly on a Wheel” e a magnânima “Severina”.
Do novo álbum, “Another Fall from Grace”, tocaram apenas alguns temas, sendo o single “Met-Amor-Phosis” o que teve mais feedback do público.
Como se não bastasse, a banda presenteou-nos com um segundo encore de mais três temas, despedindo-se com “Deliverance”. Foi uma longa, mas saborosa, despedida. Wayne, num gesto de carinho pelo público entregava rosas vermelhas a alguns fãs e a banda ia saindo do palco, terminando a música e deixando o público a cantar a capella:
Give me, give me, give me deliverance
Brother, sister, give me, give me, Deliverance, deliver me
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sexta-feira, 22 novembro 2024