Reportagem These New Puritans - Lisboa
O MusicBox foi mais uma vez palco do Levi’s Unfamous Music Awards. Durante semanas, bandas nacionais tiveram as suas músicas online e deixaram a cargo dos seus fãs ou amigos levarem-nos a tocar à pequena caixa. Ao contrário do que acontecia nos anos anteriores, este ano o concurso fez-se acompanhar de uma cereja no cimo do bolo – uma banda internacional, que não passava pelo país desde que Paredes de Coura de 2008 acabou. Os These New Puritans foram os escolhidos, e a casa previa-se cheia enquanto alguns lamentavam à porta a falta de bilhete.
A primeira banda a pisar o palco do MusicBox já não era nova à casa, os Sevilla Red já por lá passaram mais vezes e também não são estreantes no que toca a selecções para concursos. Para o vocalista Gonçalo Costa, era também a segunda vez a mostrar-se perante os júris da Levi’s, depois de os antigos Death Karaoke terem sido seleccionados em edições anteriores. Apesar de não se primar pela boa qualidade de som (talvez por serem os primeiros ainda se aqueciam os amplificadores), a banda tem uma boa performance tanto ao vivo como em estúdio. Infelizmente, não foi suficiente para levarem para casa o prémio final..
Seguiram-se os Fora da Bóia. Nome no mínimo peculiar, trazido ao centro por malta do sul. Em termos musicais não é nada de novo. Eles divertiram-se, passearam-se pelo meio do público e saltaram. E foram para casa uma ajuda para os desenvolvimentos de carreira.
Não que estivéssemos à espera de qualquer coisa de fenomenal das bandas do concurso (aqueles que foram antes da hora marcada para os These New Puritans foram meros curiosos e amigos), mas os The Dead Air Space foram uma boa surpresa. Miúdos ainda com idade para gastarem neurónios a estudar Ciências da Natureza a agarrarem em guitarras maiores que eles e a fazer coisas boas. Apesar de algumas falhas pelo meio, foi a banda mais aplaudida, contando com um clube de fãs ferrenhas na fila da frente.
À medida que o tempo passava, o público começava a aglomerar-se em frente ao palco, enquanto era montado um frenesim de correntes e eram postas cadeiras que poucos perceberam à primeira para que seriam, e que veio revelar a presença de dois saxofonistas (de saxofone baixo). Os ingleses vinham bem preparados com Hidden pronto a ser apresentado aos lisboetas. O início com We Want War já se previa e foi estrondoso apesar da falha na guitarra que levou a banda a abandonar o palco momentaneamente.
Three Thousand deu um seguimento já familiar. A passagem por Beat Pyramid foi introduzida por Swords of Truth, mas nem o entusiasmo do público com temas mais antigos fez com que o álbum recém-lançado ficasse por exibir. Hologram, Orion e Drum Courts-Where Corals Lie mostraram que são os sopros que dão uma aura mágica a Hidden. Elvis foi o momento de euforia, Jack Barnett parecia intimidado pela primeira fila em êxtase, mas eufórico ao mesmo tempo. No fundo, Thomas Hein como que comandava uma orquestra enquanto tratava das correntes e de parte da percussão. Attack Music e Infinity ytinifnl pareceram fazer sentido juntas, enquanto se aproximava o final de um concerto no mínimo divertido. 5 veio fechá-lo, antes de a banda regressar com agradecimentos e se despedir com White Chords.
Se há dois anos deram um concerto excelente a altas horas da noite, este não lhe ficou atrás.
Com dois álbuns distintos lançados, os These New Puritans fazem qualquer coisa diferente. Ambos os palcos sempre foram demasiado pequenos.