Reportagem Dance Station 2007
Cerca de nove mil pessoas encheram o Coliseu de Lisboa e a Estação do Rossio nesta que é a primeira edição do Dance Station.
Os dois espaços apresentaram uma programação contínua numa noite em que a baixa lisbonense ganhou vida. Na nova estação que foi adaptada para sala de espectáculos, actuaram muitos DJs como Erol Alkan, Tiga ou Justin Robertson. Contudo, grande parte do público só chegou já passava das 22 horas o que levou a que as actuações de !!! e Jori Hulkkonen tivessem menos espectadores do que seria esperado.
A PSP foi muito rígida na revista de todos os que queriam entrar no recinto o que levou a alguns a esperar mais algum tempo para entrar.
No Coliseu a estreia deu-se com os !!! com pouco público presente a ocupar as primeiras filas, já passavam das 20 horas. Os californianos deram um grande concerto, Nic Offer e Dan Gorman de calções de praia demonstraram a descontracção em palco. “All My Heroes Are Weirdos” abriu as hostes seguido por “Pardon My French”, “Must Be The Moon” e “A New Name”. Mas não foi só em palco que a descontracção esteve presente, o vocalista desceu várias vezes para junto do público usufruindo do espaço livre que existia para dançar com todos os presentes. Um dos melhores momentos da noite foi “Hearts of Hearts” cantado por uma senhora negra, um grande tema do álbum Myth Takes. No fim, o vocalista Nic Offer teve ainda tempo para demonstrar o seu desagrado pela hora em que se realizou o concerto.
Ainda não eram 22 horas quando sobem ao palco os Air para apresentar o recente "Pocket Symphony". Já com o Coliseu mais composto e aguardando ansiosamente este concerto Nicolas Godin e Jean-Benoît Dunckel começam de uma forma morna. O entusiasmo só chegou com êxitos mais antigos como “Remember”, “Cherry Blossom Girl”, “People In The City” ou “Don’t Be Light”. Depois veio “Kelly Watch The Stars”, “Playground Love” (instrumental), "J'ai dormis sous l'eau" e “Sexy Boy” para abrir a euforia entre os espectadores. O grande final deu-se com "La Femme d'argent”.
Os Fischerspooner vindos de Nova Iorque fizeram-se acompanhar de três bailarinas que realizavam simbioses entre as várias músicas fazendo com que este fosse o concerto no Coliseu com mais espectadores de toda a noite. Casey Spooner vestido de toureiro abriu a actuação com “Get Confused” e pediu desculpa por ter vindo com um fato espanhol porque até gostava mais de Portugal. Neste espectáculo os electro-pop Fischerspooner trouxeram seis canções novas que foram bem recebidas pelo público. Como momento altos da noite ficam “Just Let Go”, “A Kick In The Teeth”, ”Happy”, “Never Win” e o fantástico “Emerge” conduzindo à euforia máxima de todos os presentes. A despedida fez-se com “Megacolon”, um concerto a recordar.
Por esta altura a Estação do Rossio começava a encher. DJ Tiga estava nos pratos com um plateia bem composta apesar do som não apresentar grande qualidade.
Os SpaceBoys actuaram no horário que se sobrepunha aos Chemical Brothers estando o espaço com pouca plateia. De seguida os Digitalism fecharam com a electrónica num espaço a ganhar um pouco mais de público novamente.
Mas todos estavam à espera dos Chemical Brothers. Durante a sua actuação de hora e meia poucos foram aqueles que permaneceram impávidos e serenos. O entusiasmo, a alegria era total, num concerto marcado também pelos efeitos multimédia. O regresso foi marcado com músicas como “We Are the Night”, “Galvanize”, “Get Yourself High”, “Hey Boy Hey Girl” e “Believe”. Tom Rowlands e Ed Simons realizaram uma electrizante actuação.
O incrível espaço que é a Estação de Rossio ajudou a que este se torna-se um concerto memorável para todos os amantes de música electrónica.