Reportagem Delta Tejo 2009
Dia 3 de Julho
O Delta Tejo abriu as portas para mais um festival que homenageia os países produtores de café, no Alto da Ajuda, em Monsanto.
Às 19:10 o Palco Delta abriu o festival com a actuação dos Monobloco, um concerto marcado por ritmos brasileiros, e muitos êxitos da MPB, animou todo o público que ia chegando.
De seguida foi a abertura do Palco Jogos Santa Casa com os Macacos do Chinês, um grupo de hip-hop com guitarra portuguesa. Teve bastante aderência de público e foi uma actuação bastante energética. Pecou pelo som exageradamente alto.
No palco principal, os cubanos Orishas apresentaram um concerto onde se misturam os samples com os ritmos tradicionais cubanos, conseguindo animar toda a gente.
Voltando ao palco secundário, foi a vez dos brasieliros Natiruts. Numa mistura de reggae com mpb, tiveram a maior aderência deste palco! Muita gente se juntou para cantar bem alto com a banda numa actuação que preencheu todas as expectativas. Com este concerto a cativar de tal forma a plateia, poucos foram os que assistiram a Buju Baton, uma banda de reggae jamaicana marcada pela energia inesgotável do vocalista.
Nneka , nigeriana, agora a viver na Alemanha, animou o muito público com músicas hip hop/soul com a sua voz bem característica. O público podia ter sido mais, não fosse a proximidade do concertos dos Skank no palco principal. Com o recinto praticamente cheio, a alegria contagiante da banda espalhou-se e fez a alegria de um público maioritariamente brasileiro.
Com o concerto dos Skank a atrair todas as atenções, os Snowboy tiveram de esperar para poderem começar a tocar os seus ritmos latinos que aos poucos foi pondo quem ia chegando a dançar.
Bajofondo Tango Club, que fecharam o palco princial, foi a maior surpresa deste primeiro dia de Delta Tejo. Mais uma vez o apelo à festa estava feito e foi impossível ficar parado a ouvir esta banda, com uma energia imensa deixou à vontade de os ver mais vezes. No final o convite concretizado para o público subir a palco e fazer a festa com os músicos.
Katembe sound system foi a banda escolhida para fechar o palco Beck’Stage, com um público mais reduzido, este primeiro dia acabou.
Oquestrada, no palco Jogos Santa Casa, uma banda com instrumentos bastante característicos e muita alegria em palco, a conquistar por completo o público fez com que o segundo dia do festival começasse em grande festa.
Ainda com este concerto a decorrer Bossa Nossa começou no Palco Delta. A união entre hits pop/rock portugueses com o sotaque brasileiro foi muito bem recebida pelo público que animadamente cantava.
Pedro Luís e a Parede, vindos do Rio de Janeiro, trouxeram até nós o samba que animou o público que se ia juntando, mesmo com o atraso significativo do inicio do concerto o que veio provocar a simultaneidade dos concertos nos dois palcos.
Assim, praticamente ao mesmo tempo começava Sara Tavares no palco principal, um concerto cheio de “good vibes” e com um cheirinho a África vindo das canções cantadas em crioulo.
Per7ume foi a banda que se seguiu no Palco Jogos Santa Casa. A sonoridade pop desta banda prendeu muita gente que os ouviu e acompanhou a cantar.
Ao mesmo tempo Deolinda, presenteavam o público com um concerto muito enérgico e competente conseguindo transformar o fado, muitas vezes caracterizado como um estilo de música mais calmo, numa alegria contagiante a todos os que assistiam.
Seguiu-se Vanessa da Mata. A cantora que fez sucesso com “Boa sorte/Good Luck”, no ano passado, apresentou-se perante um recinto bastante composto para a ver. Quase no final da sua actuação referiu por várias vezes para a organizadora do festival que a música electrónica de Diego Miranda se fazia ouvir demasiado alta, vinda do Beck’Stage, atrapalhando as canções mais calmas e mesmo a performance da cantora. Algo a que a organização deve ter em conta ainda amanhã (dia 5 de Julho).
Ainda este concerto durava quando NBC subiu ao Palco Delta, para presentear o público com um concerto cheio de energia mobilizando todo o público que já há algum tempo se juntava a marcar lugar para os concertos que se iam seguir.
Na tenda ao cimo do recinto, subiram ao palco os Kalibrados. O ambiente era, mais uma vez de festa total ao som dos ritmos deste grupo angolano, tendo sido pouco o espaço para tanta gente. O mesmo aconteceu no concerto que se seguiu neste palco com os brasileiros Cidinho & Doca que compensaram largamente o público pelo tempo que demoraram a surgir em palco com um concerto que não desiludiu todos os que esperaram e quase desesperaram para os ver e ouvir.
No palco principal, Irmãos Verdades mantiveram o público bem animado até ao concerto de Alexandre Pires que levou o público ao auge. Com a maior parte da plateia conquistada logo à partida, Alexandre Pires presenteou todos os que se deslocaram ao Alto da Ajuda para o ver com uma actuação em grande, não falhando os grandes hits não só da sua carreira a solo mas também da época dos Só Para Contrariar.
No palco Beck’Stage, os concertos de Flow 212 e TT não deixaram créditos por mãos alheias correspondendo e superando as expectativas de quem ficou até mais tarde neste nesta domingo que marcou o final da edição deste ano do Delta Tejo, um festival cheio de ritmos quentes, festa, animação e uma vista privilegiada sobre o rio e a margem sul.
Texto: Cátia Caetano