Reportagem Festival Marés Vivas 2011
A abrir o Festival Marés Vivas, presentes no palco MocheTMN, "Pitt Broken" e mais os 5 elementos da sua banda aqueceram o público com “Marés Vivas, Will You Be There for a Change?”. No seu estilo pop-rock, a banda apelou à paz e deu as boas-vindas aos festivaleiros com a versão “Bad Romance” e “Perfect Mirror”, que o público recebeu calorosamente.
O concerto seguinte no palco secundário começa com o tema “Lusíadas”, a banda de Coimbra liderada por José Rebola - Anaquim, provou mais uma vez a qualidade da música nacional. O público, com meia lotação, dançou e cantou os temas habituais, como “Na minha Rua” e “Tom Sawyer”. Na música “O Meu Coração”, originalmente em Dueto com Ana Bacalhau dos Deolinda, o vocalista interpretou a voz da cantora, provocando uma onda de aplausos e assobios na plateia. Em interacção constante com o público, a banda toca “As Vidas dos Outros” encerrando em beleza o concerto que já contava com mais de uma hora de duração.
Os brasileiros Natiruts abriram as honras do palco principal ao anoitecer do primeiro dia do festival. A sua música tranquila e cheia de boas vibrações abraçou os fãs que aguardavam ansiosamente pelos êxitos da banda, desde a abertura do recinto. Misturando os temas clássicos com os mais recentes temas do álbum “Raçaman”, as mensagens de agradecimento à organização não ficaram esquecidas. A banda sublinhou ainda que “a cultura é investimento para o desenvolvimento” em tempos de crise. Relembrando a primeira actuação em Portugal, em 2005, a banda presenteou o público com o tema bem conhecido “Presente de um Beija-Flor”, que todos acompanharam cantando e balançando os braços bem no alto. Este concerto, com sabor a Verão, encerrou com o tema “Liberdade para Dentro da Cabeça”, para rejúbilo do público.
Os senhores do Rock & Roll Português, Xutos & Pontapés, subiram ao palco do festival Marés Vivas com a mesma força e vitalidade que sempre os caracterizou. Marcado pelo regresso de Zé Pedro, afastado dos palcos por motivos de saúde, o concerto contou com os clássicos “À Minha Maneira”, “Não Sou o Único”, “Homem do Leme”, “Maria”, “Chuva Dissolvente”, “Circo de Feras” e “Contentores”. Entre os temas "Superjacto" e "Perfeito vazio", ambos do último disco, Zé Pedro aproveita para agradecer o apoio dos fãs, confessando que é no palco que se sente bem. Durante mais de uma hora e meia de concerto, pessoas de todas as idades cantaram com a banda os temas já conhecidos, frutos dos 30 anos de carreira da banda. Para terminar em beleza, o esperado tema “Casinha”.
Noite de lua cheia, já passava mais de trinta minutos da uma da manhã, uma multidão aguardava de braços abertos o mais esperado concerto da primeira noite do festival. Manu Chao invade o palco com a sua energia e estilo contagiantes, camisa azul e chapéu esverdeado, num modo hiperactivo e com fome de palco, presenteou os fãs com os grandes hits da sua carreira durante um concerto que se prolongou até cerca das 4h00 da manhã. Temas como “Welcome to Tijuana”, “Por la Carretera”, “Bongo Bong”, “Clandestino”, “La Vida Tombola”, “Tà di Bobeira” satisfizeram as expectativas dos festivaleiros que acompanharam o concerto com muita cerveja, moche e drogas ilícitas. Levando o público a saltar e cantar em uníssono, num modo de genuína diversão, foi o tema “Me Gustas Tu” que mais levou ao rubro a assistência. A festa foi constante, introduzindo pelo meio algumas mensagens políticas que assim tanto os caracterizam, Manu Chao vestiu na perfeição o papel de melhor entertainer da primeira grande noite do festival.
Os DJ´s de serviço, João Dinis e Nuno Cordeiro, animaram a noite dos sobreviventes da noite levada ao limite pelos Mano Chao. No palco secundário, ouviram-se temas de jazz, bossa, samba, reggae, ska, funk, drum&bass e afrobeat pela madrugada dentro.
15 de Julho de 2011
A dar início a mais uma noite de festival, durante cerca de 45 minutos, a banda de Mendes e João Só (bem acompanhado pelo público de Gaia), tocou temas como “Deixa-me ver”, “Sexta-Feira Teresa”, “Jimmy Olsen”, “Todas as noites”, “Documentos de amor” e “Vocês Sabem Lá” (numa versão que surpreendeu pela positiva), terminando com o tema “Sofia”. Realça-se a descontracção da banda durante o concerto, em plena harmonia com o ambiente vivido pela assistência.
A banda de Serafim Borges, Sérgio Silva, Pedro Ferreira e Bruno Macedo marcaram presença no palco principal do festival Marés Vivas, no dia 15 de Julho, ainda iluminados pela luz do dia. Os Classificados começaram o concerto com os temas do seu mais recente álbum, lançado no dia 13 de Junho, “Perdidos e Achados”. Relembraram ainda a sua primeira presença no festival, em 2008, ano em que foram nomeados para o prémio de “Melhor Revelação”. Verificou-se uma crescente ocupação do recinto, até se formar uma pequena multidão motivada pelos temas “Ela, Mudar a Minha Sorte” e “Com Medo de Voar”, este último a encerrar a actuação sob uma chuva de aplausos calorosos.
A abrir o palco principal no segundo dia do festival esteve a banda de Leça da Palmeira, Expensive Soul que, em 2011, tem dado cartas nos palcos nacionais. A comprovar este sucesso, é de referir os milhares de pessoas, principalmente camadas mais jovens, que aguardavam impacientemente o início do concerto. Sempre a puxar pelo público, a dupla Demo e New Max, com mais 11 elementos em palco “Jaguar Band” apelou ininterruptamente ao público com frases feitas: “Como é que é Gaia?”, “Vocês são o melhor público de sempre”, “Vamos arrebentar com tudo isto”, “Quero ouvir essas palmas e os braços no ar”, conseguindo assim animar a malta com os temas “O Amor é Mágico”,”Dou-te Nada”, “13 Mulheres, “Tem Calma Contigo" e "Deixei de Ser Bandido". O tema “Eu não Sei” foi o encerramento de um concerto certeiro, no tempo previsto e sem direito a encore.
Depois da passagem pelo Coliseu da Invicta na digressão motivada pelo novo disco “Wonderlustre”, Skunk Anansie regressam aos palcos portugueses no segundo dia do Festival Marés Vivas. De fato preto justo e brilhante, juntando a um adorno assemelhando-se a umas asas coloridas e cintilantes, Skin abre as honras com o tema “Yes, It’s Fucking Political”, tema do seu novo álbum. Outras músicas do novo trabalho discográfico marcaram presença no concerto, tais como “Charlie Big Potato”, “Because of You” e “God Loves Only You”. A música “Secretly” despertou a reacção esperada, levando o público a cantar em uníssono. Com a sua energia inesgotável, fez a temperatura subir na audiência com três “crowd surfing”, com perguntas “Are You Fucking Alive?” e mensagens políticas sobre os países que lutam pela sua liberdade cantando o tema “I’ve Had Enough”. Para todos os presentes, um concerto a recordar.
O início do concerto de Moby foi marcado pela entrada da vocalista da banda entoando “In My Heart” (do álbum “18”, remontando a 2002), elevando a expectativa das cerca de 20.000 pessoas que, nessa noite, assistiam ao espectáculo. Logo de seguida Moby invade o palco de guitarra em punho, introduzindo o tema “Go” que, carinhosamente relembra ser a sua primeira obra. Segue-se “Why Does My Heart Feel So Bad?”, tema que o público fez questão de acompanhar numa só voz. No final de cada música Moby agradece “thank you, thank you, thank you” e em português, “obrigado” sempre mais do que três vezes. É de realçar o papel incansável de Moby em palco que, para além de cantar, deu cartas na guitarra, percussão e teclados. Cruzou temas como “Natural Blues” ou “Porcelain” com as batidas frenéticas de “Disco Lies”, “Lift Me Up”, “Feeling So Real” e “We Are All Made of Stars” (apresentada como a primeira música disco sonbre macânica quântica). Este concerto fez a ponte entre as várias fases da carreira de Moby, destacando-se um estilo mais raver que nunca. A pergunta “It’s friday night, one in the morning, who wants a disco party?” não desiludiu quem veio para se divertir. No encore, houve direito a uma versão de "Whole Lotta Love", no início mais bluesy e no final num estilo à Led Zeppelin. O concerto encerra "Feeling So Real", um verdadeiro hino rave.
16 de Julho de 2011
Durante os 30 minutos de actuação, a luso-descendente Mia Rose presenteou o público com o seu charme natural e interpretou versões de temas de Rui Veloso, Maroon 5 e Cee Lo Green. Agradeceu a presença naquele que considera o “maior festival do Norte do País” e proporcionou um concerto relaxado, bem ao estilo do ambiente Marés Vivas.
Os Azeitonas, como seu estilo rock cheio e energia, subiram ao palco moche para protagonizarem um concerto que, apesar de semelhante a actuações anteriores, não deixou de satisfazer a pequena multidão que ocupou o recinto do palco secundário do festival Marés Vivas. Com a “casa cheia”, animaram o público com canções como “Quem és tu Miúda”, “ e “Anda Comigo ver os Aviões”.
Num palco decorado com vários candeeiros e uma carpete vermelha, a portuguesa Áurea e mais oito elementos da sua banda entraram no palco, primando pela pontualidade. Às 20h30 já um público vasto esperava a actuação da artista que, como tema de abertura "The Main Things About Me", seguido de "Waiting, Waiting (For Me)", foi trazendo cada vez mais pessoas para o recinto. Nas paragens entre as músicas a cantora, vestindo uma saia travada preta e top tigresa, e os pés descalços, não se esqueceu de agradecer ao público e à organização do festival. Os membros da banda vestiam fato preto, gravata e camisa branca. Uma nota para as coreografias discretas do saxofonista e trompetista, com as mãos, acompanhadas habilidosamente por alguns membros do público. O quarto tema, o primeiro single da banda “Busy (For Me)”, encheu as medidas do público. Logo de seguida a cantora anunciou duas surpresas. A primeira revelou-se uma versão, primeiro sensual e depois em alta rotação da música “Kiss” de Prince. A segunda surpresa foi uma versão de "Don't Ya Say It", de Bryan Adams. O tema "No No No No, (I Don't To Fall In Love With You Baby)" foi amplamente aplaudido e permitiu muita interacção com o público. O final foi feito com a repetição de "Busy (For Me)" , já com o palco completamente molhado.
A banda Tindersticks subiu ao palco principal protagonizando um concerto intimista, com pouca luz em palco e os ecrãs LED’s desligados. Apesar de se ter verificado que algumas pessoas saíram do recinto em busca de abrigo para a chuva, nem o estado meteorológico demoveu grande parte do público resistente do Marés Vivas. O concerto foi uma verdadeira viagem pelos anos 90 e, apesar da notória desilusão demonstrada pelo Stuart Staples face ao clima que esperava em Portugal (até trouxe um fato de linho branco condizente com o bom tempo tão desejado), a banda cumpriu a sua missão e, sem grandes palavras para com o público, despediu-se de Portugal ao fim de menos de uma hora de concerto.
Para assistir ao concerto da banda irlandesa de rock alternativo, os The Cranberries, estiveram presentes mais de 20.000 pessoas, debaixo de uma chuva persistente. Apesar da paragem da banda entre o ano de 2003 e 2009, a voz inconfundível da vocalista Dolores O’Riordan não perdeu qualidade e presenteou os fãs com os temas "Linger", "Ode to My Family","Just My Imagination", "Salvation" (tema interpretado com penas de índio) e "Zombie" cuja letra foi maioritariamente cantada pelo público. No encore, repetiram-se os temas "Promises" e "Dreams" levando o concerto a terminar num ponto alto, para consolo dos fãs.
O artista Mika, que passou por Portugal na edição 2010 do festival Sudoeste TMN e, em Outubro passado pelas festas académicas de Coimbra, encerrou o palco principal no último dia do Festival Marés Vivas no 16 de Julho. Numa noite marcada pela chuva miudinha até à 3ª música do concerto, Mika conseguiu motivar cerca de 22 mil pessoas a ficar até ao final do espectáculo que durou cerca de 1h30, debaixo de uma “brisa” cortante. Num palco decorado com falsos quadros antigos, um candelabro de cristal e com a banda vestida a rigor, a banda recebeu no seu “palácio” o calor de um público recheado de fãs incondicionais.
A dar entrada, soou o esperado tema “Relax, Take it Easy”, levando ao rubro a assistência. Sem deixar esmorecer os ânimos, seguiu-se a música “Big Girl (You Are Beautiful)” e “Stuck in the Middle”. Na quarta música Mika sobre para cima do piano, mostrando mais uma vez que com “pouco” faz muito espectáculo. Aproveita para elogiar a multidão e falar pequenas frases em Português, conquistando ainda mais a simpatia do público. Dividiu o público em duas partes e propôs uma canção ao despique, para introduzir o próximo tema “Blame It On the Girls”. A noite ficou marcada pelos sucessivos êxitos das tabelas de vendas, tais como “We are Golden”, “Rain” (coincidente com o clima da noite), “Grace Kelly” e “Love Me”, “Lollipop” e uma música entoada em língua francesa. Uma noite a recordar.