Reportagem Festival Marés Vivas TMN 2012
Maré de Gente no Cabedelo! Foram quatro dias de muita música, pó, saltos, gritos, cerveja, e de recordes.
O objetivo inicial era chegar às 100 mil pessoas… Foi perto!
Estiveram cerca de 95 mil num ano em que existiam dúvidas sobre se o cartaz iria atrair muita gente.
Tudo típico de festivais de verão e o Marés Vivas 2012 não passou ao lado, batendo o record de festivaleiros presentes em todas as edições de Marés Vivas.
Billy Idol, Franz Ferdinand, Kaiser Chiefs, Anastacia e Pedro Abrunhosa seriam provavelmente os nomes mais conhecidos dos amantes da musica, num festival para todos os gostos, variando entre o rock dos The Hives, à veia soul e funk de Pedro Abrunhosa ou Anastacia, sem esquecer o apelo nostálgico de Billy Idol e The Cult ou o "barulho" incontrolável de Gogol Bordello, e ainda a aposta nos portugueses Azeitonas e Mónica Ferraz.
18 de julho
Foram 20 mil pessoas que marcaram presença na abertura do festival, onde os suecos The Sounds abriram o palco principal. Desconhecidos para a maioria do público presente, os suecos acabaram o concerto com a sensação de terem conquistado mais alguns fãs.
A abertura do palco Moche coube aos portuenses The Lazy Faithful, que atraíram ao palco secundário um número invulgar de gente, com uma atuação a roçar o brilhante onde em 45 minutos o quarteto não acusou a responsabilidade sendo o ponto mais alto da atuação uma versão hard-core do tema "toma o comprimido" de António Variações.
No palco principal, tudo esperava Wolfmother, e enquanto não chegavam falamos com pessoas que não vieram apenas para curtir, mas sim para trabalhar.
Dirigimo-nos à zona dos stands, onde brindes não faltaram e falamos com Filipa Macias que pela primeira vez trabalhava num festival e revelou não conhecer quase nenhuma das bandas. Não estando ali para se divertir disse no entanto que a trabalhar acaba por curtir também o festival.
Seguimos então para o segundo concerto no palco principal.
Wolfmother... Bem mais conhecidos do público presente, deram um espetáculo que correspondeu às expectativas. "New Moon Rising", "Dimension" e "Woman", tema vencedor de um Grammy na categoria de Melhor Desempenho de Hard-Rock em 2007, foram alguns dos temas que fizeram agitar os fãs. A banda australiana, que apenas em 2003 veio a publico, teve no mesmo a adrenalina normal de um primeiro dia de festival. Os festivaleiros vibraram mas parecia mesmo que esperavam Franz Ferdinand.
Os vencedores do Mercury Music Price em 2004, entraram no palco pouco depois, e pelo pó que se viu no ar fruto dos saltos dos festivaleiros confirmou-se a atuação da noite.
Via-se a maior enchente da noite no ultimo dos três concertos previstos e temas como "Take me out", "Walk away", "Can't stop feeling" entre muitos outros, mostraram que os festivaleiros presentes conheciam os temas, vibrando, cantando e saltando com a banda.
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19 de julho
O segundo dia do concerto trazia até Portugal bandas como Gun, The Cult, Garbage e Kaiser Chiefs, e perante a multidão que desde cedo percorria as bancas à procura de brindes, ou a zona de alimentação recarregando baterias para os concertos, era difícil perceber a banda preferida do dia.
A dúvida pairava entre Garbage e Kaiser Chiefs, concertos que ninguém queria perder.
Gun subiram ao palco na primeira atuação da noite e mais que aquecimento, prepararam quem assistiu ao concerto para tudo o que vinha a seguir. Gun deram um bom concerto com "Shame on you" provavelmente a ser o tema que mais agitou o público.
Aquecimento feito, era a vez dos The Cult subirem ao palco. Concerto marcado para as 22.00h, não foi grande o atraso e logo apareceram e começaram a atuação com o recinto bem mais composto. Afinal de contas, The Cult têm um nome bem forte na indústria musical e a seguir ainda havia Garbage e Kaiser Chiefs.
"She Sells Sanctuary", "Lil Devil", "Wild Flower" e "Fire" foram alguns do temas que trouxeram até ao público do Marés. Apesar de desconhecidos para alguns festivaleiros, os The Cult estavam no festival para dar um bom concerto, e foi isso que fizeram.
À zona VIP, chegava no momento em que o concerto terminava, o principal patrocinador do festival... Zeinal Bava, diretor da PT, marcou presença na 10ª edição do Marés Vivas, e decidiu marcar presença pela boa impressão que vai tendo do festival:
"Tinha curiosidade porque vários dos nossos colaboradores enviam-me email's a pedir bilhetes e eu estou sempre sintonizado de que é um festival muito bom..." Zeinal Bava mostrou-se ainda surpreendido com o festival: "Estou fascinado por ser um festival tão bonito e tão bem organizado." Sobre o investimento feito, o diretor da PT não se mostra preocupado: "Vamos continuar e vamos reforçar..."
Finda esta boa noticia, outra aparece... Garbage sobem ao palco. Ainda com muito espetáculo pela frente, o concerto de Garbage era até então o momento mais alto do Marés Vivas 2012.
"I'm only happy when it Rains" colocou os fãs aos saltos, acompanhando a música... Os 17 milhões de discos vendidos pela banda podem ter tido bastantes compradores em Portugal tal era a sintonia com os artistas.
Mas nem só de portugueses vivia este festival. Cada vez mais o Marés é um festival internacional, e contabilizaram-se cerca de 7 mil bilhetes vendidos para Espanha, não sendo contabilizados os que são vendidos cá também a estrangeiros.
"Queer", "Blood for Poppies" e "I think i'm paranoid" foram outros dos muitos temas que a banda apresentou no festival.
Era tempo de esperar pelos Kaiser Chiefs, e mais uma vez fomos saber a opinião de quem trabalha no festival.
Bárbara Pereira estava pela 2ª vez em trabalho no Marés Vivas, e revelou as suas bandas favoritas das presentes no cartaz. Franz Ferdinand e Azeitonas eram as bandas de eleição, num cartaz que achou mais fraco do que o da edição de 2011. Por falar em mais fraco, e para quem estava em trabalho na zona Vip, Bárbara não deixou escapar que a comida para os convidados também era pior do que a edição de 2012.
Os Kaiser Chiefs estavam a subir ao palco... E já ninguém se lembra de nada que possa ser mau no Marés Vivas. "I predict a riot" para este concerto.
Se com Garbage os festivaleiros cantaram, ter os Kaiser Chiefs logo de seguida deu mesmo para saírem roucos do recinto.
"Every day i love you less and less", "Never miss a beat", "Listen to your head" e "Modern way" foram alguns dos temas que aqueceram a voz para a musica que toda a gente queria ouvir. Já não seria precisa para ter sido um concerto brilhante, mas os Kaiser quiseram brilhar ainda mais e mostraram "Ruby".
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20 de julho
Sexta-feira foi o ponto alto do Marés Vivas segundo a organização!
Uma lotação de 25 mil pessoas esgotou o recinto com Billy Idol e Gogol Bordello a serem os grandes responsáveis pela enchente.
Saiu a "fava" de abrir o palco no terceiro dia a Ebony Bones que era desconhecida para muitos dos presentes e ainda o sol se punha quando o palco se encheu de fumo para a receção da cantora que teve de puxar pelo público bastantes vezes: "Make some noise..."
"We know all about you", "Story of St. Ockwell" e "In G.O.D we trust" foram os temas mais conhecidos da cantora que se ouviram.
Não foi fácil para Ebony cativar o público que se dividia pelos stand's onde pediam brindes e pela zona de alimentação onde se abasteciam, sobrando apenas algum para ver o concerto.
Muitos dos presentes teriam mesmo vontade de perguntar: "Quem és tu miúda?"
Os Azeitonas foram a surpresa agradável deste festival. Depois de na edição de 2011 terem atuado no palco secundário, os portugueses cativaram o público para uma atuação ao som da nossa música.
O tema "Quem és tu miúda?", quase não precisou de ser cantado pela banda... O público fez muito bem esse papel.
Rui Veloso, já esperado, recebeu uma grande ovação. Cantou com os Azeitonas, e cantou ainda "A Paixão".
Foi um tema que todos quiseram cantar, e pelo meio do barulho ainda se conseguiu ouvir um pouco de Rui Veloso. Momento português do mais alto nível.
Depois só faltava vermos os aviões com a banda, e claro que o tema também esteve presente.
Billy Idol foi quem se seguiu. O rocker britânico, que iniciou a carreira no tempo do punk andava meio desaparecido dos palcos, e já a caminhar para os 60 anos mostrou que ainda está em boa forma.
Na guitarra, apresentou o amigo Steve Stevens, e o resto da "tripulação também foi apresentada"... Incluindo o motorista!
Billy Idol, ainda que bem oxigenado, mostrou que está para as curvas e que ainda se diverte em cima do palco. Ainda bem longe de qualquer tipo de Alzheimer não se esqueceu de trazer temas bem antigos como "Dancing Whit Myself", "Sweet Sixteen", "Eyes whithout a face".
O cantor mostrou alguma limitação na voz, mas também mostrou que pode compensar com o ainda enorme sentido de espetáculo.
Antes de cantar "Rebel Yell", "White Wedding" e "Mony Mony", falamos em exclusivo com Ebony Bones, que da zona Vip assistia tranquilamente ao concerto.
A cantora mostrou-se surpreendida positivamente com a qualidade da organização do festival e elogiou ainda o público pela "envolvência e entrega aos temas".
Ebony não descarta um regresso ao Marés Vivas, dizendo que "se for convidada, volto!"
Os últimos a entrar em palco foram os Gogol Bordello, e notava-se que muita gente os esperava.
Quando subiram ao palco e começou a música, a multidão "explodiu", e com isso uma nuvem de poeira fez com que os festivaleiros tivessem acesso privilegiado à máquina de lavar roupa logo à chegada a casa.
O público estava aos saltos a acompanhar a banda. E todo o frenesim nostálgico é aproveitado pela banda para o espetáculo no qual Eugene Hutz batizou o Porto como "Party Porto".
"Start Wearing Purple", "When Universes Collide", "Wonderlust King" e "Not a crime" foram alguns dos temas do enérgico concerto.
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21 de julho
O último dia de Marés Vivas teve lotação esgotada. Mais 25 mil pessoas, completando um total de 95 mil nos quatro dias.
Para o último dia estavam reservados concertos para gostos bem diferentes.
Mónica Ferraz, The Hives, Anastacia e Pedro Abrunhosa não são parecidos nos estilos musicais, mas cada um à sua maneira lá conseguiram ir cativando o público, que para a despedida variava nas idades, sendo que grande parte provavelmente não teria idade para votar.
Mónica Ferraz abriu o palco, e acabou por ter uma assistência bem maior que Ebony Bones no dia anterior à mesma hora.
Com um concerto calmo, foi arrancando aplausos do público, e a maior reação veio no final com o seu single "Golden Days".
Os suecos The Hives vieram de seguida e cabia-lhes agitar um pouco a noite, visto serem a banda mais irrequieta das presentes no último dia. No fundo, aquecer os presentes para Anastacia e Pedro Abrunhosa.
Com a habitual encenação, os suecos iniciaram com "Come on" seguido de "Try it back".
"Take Back the toys", "My time is coming" e "Wait a minute", foram os temas que foram aparecendo para manter a assistência atenta ao espetáculo onde fizeram um fã subir ao palco para os acompanhar tocando baixo no "hino nacional".
Ao exemplo de muitas outras bandas, também fizeram referência à cidade do Porto, e enquanto se preparava Anastacia falamos com mais uma trabalhadora do festival.
Matilde trabalhava pela primeira vez no Marés Vivas, mas já fez outros festivais noutros pontos do País, não tendo dúvidas quando afirma: "O pessoal do norte é muito mais acolhedor". Sabendo bem o que queria ouvir, esta era a noite em que um dos seus preferidos do cartaz iria atuar... Pedro Abrunhosa.
Não se sabia muito bem o que esperar do concerto da Americana. Por um lado, as canções um pouco fora de moda... Por outro, saber se o estilo se enquadraria bem num festival deste tipo.
Pelo meio, não deixaram de se ouvir os homens comentar sobre o excesso de roupa com que a cantora se apresentou.
Foi mesmo preciso algum tempo até Anastacia conquistar o público presente.
"Why'd tou lie to me" foi o tema de abertura, cantando outros temas como: "Sick & Tired", "What can we do", "Not that Kind", encerrando a cantora com: "I'm outta love".
E estava a terminar o Marés Vivas 2012. Faltava Pedro Abrunhosa, um cantor que teve o privilégio de encerrar o festival podendo olhar para o lado e ver a sua cidade... O Porto.
Foi um concerto longo, com muitas "achegas" disparadas em todas as direções...
Provavelmente não houve um tema que o público não acompanhasse cantando. Era o último concerto, e ainda por cima era em português.
"Eu sou o Poder" foi o tema de abertura do concerto, e ao longo de duas horas, o portuense foi cantando temas de toda a sua carreira.
"Ilumina-me", deverá constar entre os melhores momentos do festival Marés Vivas 2012.
O cantor pediu a toda a gente para ligar todo o tipo de objetos que transmitissem luz, e até aproveitou para tirar uma fotografia... Cantava-se bem alto, e as luzes presentes no recinto faziam inveja a um céu carente de estrelas.
Abrunhosa abriu o palco... Aconselhou... Agradeceu... Foi embora, e voltou para mais quatro temas.
"Fazer o que ainda não foi feito" deu o mote para a última canção do festival, onde Abrunhosa afirmou ser uma grande honra ter encerrado o festival, cantando em português.
E para terminar cantou-se "Tudo o que eu te dou".
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quarta-feira, 26 junho 2013