Às 16 horas as portas abrem-se para encher a cidade do Rock de pessoas, animação e música. No primeiro dia da edição do Festival Rock In Rio 2008 esperavam-se mais de 90 mil pessoas.
Muitas eram as empresas apoiantes do Festival que tinham os seus stands com ofertas variadas: cabelos espetados cor-de-rosa, sofás e patos insufláveis, preservativos, balões em forma de coração e sacos, entre muitas outras coisas.
A animação entre os stands era competitiva, entre um carrossel excitante, rapazes a fazer malabarismos, participantes a terem de passar por imagens estreitas e meninas a dançar ao som de música brasileira… tudo servia de argumento para captar a atenção dos Festivaleiros. O slide foi a única actividade que não abriu devido as alterações climatéricas que se esperavam.
Mas a verdadeira música começou pelas 17 horas no Palco Sunset com os Philarmonic Weed e Prince Wadada. Logo a seguir ao soundcheck entraram em palco e os sons de reggae e ska puseram algumas das pessoas presentes a dançar.
Segui-se Lúcia Moniz e Ricardo Azevedo. Apoiando-se nas suas canções mais conhecidas, não fizeram grandes revelações. Ricardo Azevedo aproveitou para cantar alguns temas dos EZ Special (antiga banda do cantor) e Lúcia Moniz levou consigo máquina fotográfica e ao contrário do habitual foi ela que tirou fotos ao público presente. “Chuva” e “Assas na Mão” foram alguns dos temas ouvidos.
Mas o momento alto deste palco estaria reservado para Sam the Kid com cerca de 5000 festivaleiros ao rubro. O nível experimental deste palco mostrou a sua verdadeira natureza na criação de excelentes momentos musicais. Sam The Kid e Cool Hipnoise tocaram os seus temas mais conhecidos, desde “Poetas de Karaoke”, “À procura da Perfeita Repetição”, “Fink É Mem’Bom”, “Abstenção”, “Ela era mesmo meu estilo” e “Kita Essa Dama”. Ainda houve tempo para gritar: “O POVO UNIDO JAMAIS SERÁ VENCIDO.”
Entretanto, no Palco Mundo já actuava Paulo Gonzo. Com o seguinte alinhamento:
- Intro
- Thank You
- Diz-me Tu
- Falamos Depois
- Sei-te de Cor
- Desta Margem
- Leve Beijo Triste
- Jardins Proibidos
- Bright Lights
- Blue Jean (David Bowie)
Quase Tudo Ao longo do concerto o público aproxima-se cada vez mais do Palco Mundo e Paulo Gonzo agradece por abrir esta edição do Festival e por este se encontrar associado a uma grande causa: Um Mundo Melhor.
Por esta hora já havia grandes filas para tudo. Os stands das empresas que apoiavam o festival tinham horas de espera, tendo sido o carrossel a atracção com maior tempo de espera (2h30). Ivete Sangalo era um dos concertos mais esperado por muitos dos presentes. Entre em palco, em grande forma, de fato preto, com o cabelo esticado, mostrando muita garra e energia, conseguiu contagiar todos os presentes.
“Galera tira o pé do chão” diz Ivete, dança, não para um segundo, sem se cansar. O tema “Abalou” foi o primeiro a ser ouvido. Segui-se “Vai Rolar à Festa”, “Poeira” com todos a dançar com os braços no ar e “Não quero Dinheiro”. A cantora diz ter saudades do pastel de Belém e ser casada com Portugal. Fala-se em 120 mil pessoas presentes no Rock In Rio.
O concerto continuou com “Berimbau Metalizado”, “Pererê” onde a cantora pediu a todos para colocar o braço direito no ar e “Canibal”. O “Empurra-Empurra” e “A Galera” foram mais dois temas tocados tendo este último colocado o público descer, descer e depois subir subir.
“Chorando se Foi” contagiou todos a dançar a lambada, neste que foi o concerto mais mexido da noite. Logo de seguida Ivete Sangalo canta versão de música do Alejandro Sanz “Corazon Partio” e “Quando a Chuva Passar”. Para acalmar um pouco o ambiente cantou uma pequena parte da música “Se Eu Não Te Amasse Tanto Assim” e “Deixo”.
Para terminar em grande cantou “Arerê”, mantendo sempre a boa disposição. Os concertos de Ivete Sangalo no Rock In Rio são aposta ganha.
Amy Winehouse veio-se revelar como o concerto mais fraco da noite. A sua voz rouca, o punho lesionado e a sua pose que revelava um pouco de álcool a mais veio estragar aquele que poderia ter sido um grande espectáculo. Após um atraso de mais de 30 minutos, e após assobios do público, entra em palco com um cigarro na mão, um vestido colorido, um coração no cabelo com o nome do seu marido e o que parecia ser um chupão do lado esquerdo do pescoço. “Addicted” foi a primeira música a ser cantada, seguida de “Just Friends”. Depois de um rebuçado de mentol chegou “Tears Dry on Their Own” que foi cantada com o público, pedindo desculpas pela voz e pelo atraso, segiu-se “Back to Black”, um dos melhores momentos deste concerto. Entre voz rouca e comportamento estranho o concerto continou. Em “Cupid” a cantora tentou colocar a guitarra mas devido a ter o punho direito lesionado não conseguiu. “You’re wondering Now” foi acompanhado pelo público e por um dos cantores do coro que foi uma grande ajuda durante todo o concerto. “Love Is a Losing Game” revelava o mau estado da voz da cantora, e também o seu lado mais sensível, Amy parecia quase chorar ao mesmo tempo que apontava para o seu chupão. No fim da música disse que fazia um ano que se encontrava casada com o seu marido e pedia ao público para fazer barulho. Em “Wake Up Alone” o micro cai e Amy quase cai com o micro e perde um sapato, sendo este o momento mais embaraçoso da noite. Valeu à Amy o grupo de músicos que a acompanhava não se encontrar no estado dela e “aguentarem” o seu concerto.
“You Know I’m No Good” foi a musica que se seguiu, a artista referiu mais uma vez que estava muito contente por ali estar, que esteve para cancelar o concerto mas que para ela era muito importante estar ali. “Rehab” foi cantada pelo público apesar de alguns esquecimentos da letra a meio da música. Durante “Me & Mr Jones” o público bateu palmas parecendo animar mais um pouco. Para acabar, agradeceu mais uma vez e cantou “Valerie”, um dos seus maiores.
Este foi o concerto da edição deste ano do Rock In Rio do qual mais se especulou, a prestação fraca da cantora impediu algo que poderia ter sido excelente… poderia… maybe next time!
Lenny Kravitz sobe ao palco a horas com o tema “Back in Vietnam” e logo de seguida foguetes por trás do palco mundo acompanham-no. Fazendo esquecer a cantora anterior, Lenny e a sua banda conseguiram mostrar do que se trata ser profissional nesta área.. e que bons profissionais! Conseguiram animar o público durante todo o concerto, tendo muito boa interacção e descendo várias vezes até junto do público.
Aqui fica o Line-Up:
- Back In Vietnam
- Bring It On
- Always On The Run
- Where Are We Runnin
- Fields Of Joy
- It Ain’t Over Till It’s Over
- Tunnel Vision
- Love Love Love
- Stillness Of Heart
- I’ll Be Waiting
- Mr. Cab Driver
- Dig In
- Fly Away
- Let Love Rule
- Love Revolution
- Encore: Are You Gonna Go My Way
O melhor do concerto foi a parte final com as músicas mais conhecidas: “Stillness Of Heart”, “I’ll Be Waiting”, “Mr. Cab Driver”, “Dig In”, “Fly Away” e a fechar a noite “Are You Gonna Go My Away”.
Com Solos de guitarra, com Lenny a ir ao piano ou até junto do público, foi um concerto que ficará na memória pelos temas conhecidos e pelo ambiente vivido.
A Tenda Electrónica já estava no auge, quando muitos se dirigiam para a porta de saída. Os transportes públicos não chegaram para escoar em tempo útil 90 mil pessoas.
Reportagem: Raquel Rocha