O último dia da edição do Festival Rock In Rio Lisboa 2008 esperava casa cheia pois os bilhetes tinham esgotado dois dias antes. Nas imediações do festival muitos eram os que procuravam ainda bilhetes e outros os que tentavam negociar o melhor preço. Entre 150 a 300 euros eram os valores mais discutidos.
No Palco Sunset, pelas 17 horas, tocam os Plaggio acompanhados pelos Caim. Um dos vocalista dos Plaggio tinha a mão direita engessada relembrado uma artista que tocou no dia 30 no palco principal. Num som marcadamente rock ouviu-se, entre outros, “Passatempo”. A banda apenas teve oportunidade de tocar alguns temas visto o tempo do concerto ser curto, mas conseguiram mostrar do que são feitos.
Enquanto se esperava pelo primeiro concerto da tarde no palco principal os seguranças refrescavam o público da frente, inicialmente com uns baldes com água e posteriormente com mangueiradas. Boa Vibe.
E é então que os ritmos latinos invadem a noite do rock e nu-metal. Os Orishas tiveram o seu momento alto com a música “Naci Orishas” pois faz parte da banda sonora da série televisiva Morangos com Açúcar e há que dizer que a faixa etária para este dia desceu comparativamente ao anterior.
Line Up de Orishas
- Intro
- Cosita Buena
- Mani
- Naci Orishas
- Represent RMX
- Bruja
- A Lo Cubano
- Camina
- Guajira
- El Kilo
- Publico
- Tumbando Y Dando
- Machete
- Hay un Son
- Que Pasa
Os Kaiser Chiefs sobem ao palco pelas 20h15. Estes britânicos formados em 2003 estiveram cá em 2005 no Festival Paredes de Coura onde Ricky Wilson torceu um pé. E percebe-se porqué, o vocalista não para, incansável em todo o concerto, desce ao público inúmeras vezes, corre, salta, sobe os andaimes onde estão as câmaras de filmar para ser visto por mais gente no meio do recinto. Pode-se dizer que ele fez a festa, atirou os foguetes e apanhou as canas. Mas não foi só ele quem fez a festa, os festivaleiros agarraram-se à música e à garra do vocalista e divertiram-se.
O concerto abriu com “Everything Is Average Nowadays” com o público a gritar oh-oh-ohoh. Segiu-se “Everyday I Love You Less And Less” com alguns dos festivaleiros a fazerem um mosh dançante. Ricky diz “Thank You. I have no idea you liked us so much”. Com “Ruby” foi o êxtase, toda a gente a saltar e a gritar. Apresentaram material do 3º álbum “You Want History”, parecendo seguir na mesma onda dos dois álbuns já editados. “Na Na Na Na Naa” foi outro dos momentos altos com o público a adorar. O mosh dancante volta com “Modern Way”, um autocolante nas costas de Ricky diz Lisbon. “I Predict a Riot” seguido por “The Angry Mob” colocaram os festivaleiros ao rubro. Em “Take My Temperature” vai para o meio do público incentivando-os a partilharem o seu entusiasmo e obrigando-os a virarem as costas para o palco. Por fim, cansado, deita-se no palco, descansa um pouco e termina o concerto com “Oh My God”. O público levanta os braços e Ricky vira o micro para a plateia, passando os festivaleiros a serem os vocalistas.“Obrigado” e “We are the Kaiser Chiefs” foram as palavras mais ditas por Ricky Wilson.
Um concerto que teria ganho muito se fosse de noite. Aqui fica o alinhamento para os mais curiosos:
- Everything Is Average Nowadays
- Everyday I Love You Less And Less
- Heat Dies Down
- Born To Be A Dancer
- Ruby
- You Want History
- Na Na Na Na Naa
- Modern Way
- Thank You Very Much
- I Predict A Riot
- The Angry Mob
- Take My Temperature
- Oh My God
São 21h30 e muitos esperam o concerto dos Muse. A banda deixou o seu estúdio onde se encontra a editar o próximo álbum, para vir a Portugal. Sobem ao palco com o público aos saltos. Com um ecrã que mudava consoante o tema que estivessem a tocar, fizeram um espectáculo muito apreciado pelos festivaleiros. Abriram o concerto com “Knights of Cydonia” onde o público levantou os telemóveis para partilhar este momento com os amigos que não puderam estar presentes. Segui-se “Histeria”, “Map Of The Problematique” e “Supermassive Blackhole”. Matthew Bellamy vai até ao piano e toca o inicio de “New Born” levando o público ao histerismo, acompanhando com palmas. Mas o momento alto da noite foi com “Starlight”, um dos últimos singles da banda, era conhecido por todos, colocando os telemóveis no ar e a voz bem alta, quase não se ouvia o vocalista. Mas o êxtase manteve-se pois seguiu-se “Time Is Running Out” e “Plug In Baby” onde foram atirados cerca de 15 grandes balões brancos que quando arrebentados tinham papeizitos lá dentro. Para fechar “Stockholm Syndrome” e “Take a Bow”, e Matthew agradece: “Obrigado Portugal”. Um fantástico concerto que devia ter sido maior pois faltou uma das suas grandes obras “Butterflies & Hurricanes”.
Alinhamento:
- Knights of Cidonia
- Histeria
- Map Of The Problematique
- Supermassive Blackhole
- New Born
- Feeling Good
- Starlight
- Time Is Running Out
- Plug In Baby
- Stockholm Syndrome
- Take a Bow
É a vez The Offspring subir ao palco. O vocalista Dexter Holland de t-shirt preta e com um chapéu, tapou os seus já conhecidos cabelos em pé. “This place Fucking Rocks!” grita, e começa o mosh e o crowdsurfing. O punk rock está de volta à cidade. “Ixnay on The Hombre”, “Smash” e “Americana” foram os álbuns em destaque neste concerto. “Come out And Play”, “The Kids Aren’t Allright”, “All I Want” e “Pretty Fly” puseram a plateia ao rubro, aos saltos, a gritar compulsivamente e a energia sentia-se no ar, era quase palpável. “Hammerhead” e “You’re Gonna Go Far, Kid” foram dois dos temas tocados do novo álbum “Rise And Fall, Rage And Grace” que será editado a 16 de Junho. Mas o momento alto da noite foi com “Self Esteem”, vozes, ritmos, loucura, explosão… mais um fantástico concerto, a seguir na linha dos anteriores e no que estaria para vir.
Line Up
- Bad Habit
- All I Want
- Come Out and Play
- Hammerhead
- Come Away
- Have You Ever
- Staring At The Sun
- Gotta Get Away
- Want You Back
- You're Gonna Go
- Pretty Fly
- Americana
- Ska
- Kids Aren't Allright
- Head Around You
- Self Esteem
É uma da manhã e os Linkin Park sobem ao palco para fazerem aquilo que sabem melhor. O público na faixa etária dos 12 aos 17 anos era o mais ansioso por este concerto. A abrir, toca o piano, e logo a seguir entram as guitarras em força para “What I’ve Done”. Segui-se “Faint” e “No More Sorrow”. “Given Up” colocou o público a competir com Chester para ver quem conseguia gritar mais alto. “Somewhere I belong” foi um dos momentos altos da noite. Com “Points of Authority” Chester desce até ao público e pergunta “Are you guys still with us?” YEAHHH grita o público. “Numb” segue-se a “Leave Out All The Rest”. Para acalmar os ânimos “Shadow of The Day” e “Valentine’s Day”. Mas logo a seguir sobe em flecha com “Crawling” e “In the End” onde Mike Shinoda desce até ao público e por minutos coloca o cachecol do Futebol Clube do Porto. Em “Bleed It Out” trocam de posições e é a vez de Chester descer até junto do público e perguntar: “Are you Having Fun?”. A sair para o primeiro encore diz “Thank you guys for been an amazing crowd tonight.” O encore fica composto por “Pushing Me Away”, “Breaking The Habit” (com solo de guitarra), “A Place For My Head”, onde Mike Shinoda desce até ao público e ajuda-o a gritar “Go Away” e, finalmente, “One Step Closer”.
Com o rock e nu-metal a banda não sentiu dificuldade em conquistar os presentes. Uma excelente forma de acabar este grande dia de concertos.
O Rock In Rio Lisboa 2008 teve a maior enchente de sempre com cerca de 354 mil festivaleiros em 5 dias de festival . É sem dúvida um grande número no panorama dos festivais que decorrem em Portugal. As suas características, ser em Lisboa e ao fim-de-semana, permite-lhe uma audiência e um público que não costuma ir aos típicos festivais de verão… a minha questão é: Será que a moda vai pegar e vão deixar de existir os míticos festivais com campismos e verdadeiro espírito festivaleiro?? I hope not.
Em relação ao Rock In Rio, vemo-nos em 2010.
Reportagem: Raquel Rocha