Reportagem Festival Super Bock Super Rock 2007 - Acto I

Neste primeiro dia da 13ª edição do Super Bock Super Rock o recinto encheu. Mesmo sem dados oficiais o número de presentes ultrapassava os 35 mil, e muitas deles, se não todos, estavam lá para ver Metallica, mas a espera foi longa…

Os Men Eater com o seu pós-rock realizaram um conjunto sonoro capaz de acordar os mais adormecidos. A presença em palco compensou o desconhecimento de muitos em relação a esta banda, era o prenúncio de um bom inicio de tarde.

Às 16h35 os More Than A Thousand sobem ao palco já com o recinto bem composto. O tema “The Hollow”, o single com o mesmo nome do álbum editado recentemente, foi um dos pontos altos da actuação. Esta que foi a melhor das bandas portuguesas a actuar no palco principal, visto este ano apenas existir um palco.

Os The Blood Brothers caracterizados pelo electro-metal com misto de pós-hardcore não acrescentaram muito à tarde. O público não aderiu aos ruídos por eles produzidos e acabaram por abandonar o palco ao som de vaias e lenços brancos.

O rock progressivo dos Mastodon provocaram uma revolução de heavy-metal. Focaram-se no seu último álbum: Blood Mountain e fecharam com “Blood and Thunder”. A sua presença em palco veio trazer ao festival uma outra dinâmica, mais enérgica, onde o mosh pit foi uma constante ao longo da sua actuação.

Eram 19 horas quando a dificuldade de entrada no recinto se agravava e onde as filas de espera chegavam quase a 40 minutos e onde nem a recém-inaugurada “Via Green” escapou à demora de passagem.

Os Stone Sour iniciaram as suas batidas já passava das 19h30, com Corey Taylor, vocalista, ex-slipknot, a puxar pelo público. A energia e o som era tal que fez vibrar milhares. Foi um dos concertos mais aguardados da tarde, numa hora em que muitos ainda entravam, e não deixou ninguém desiludido. Corey na guitarra com “Through Glass” pediu, como em muitas outras músicas, a ajuda do público para cantar. “Inhale” e “Get Inside” foram apenas algumas das músicas tocadas. No fim ficou a sensação que apesar de aparentemente curto, foi uma grande maneira dos Stone Sour, encerrarem a sua Tournée Europeia. Prometeram voltar em breve.

Estava na hora de alimentar os estômagos famintos e este até ano até comida vegetariana havia. Quem quer cachorros e hambúrgueres quando temos boa comida biológica e integral, com Pittas de Atum e Bifanas de Seitan? Uma boa escolha da organização que recaiu sobre um dos mais conhecidos estabelecimentos de comida biológica em Portugal, o Pimentão Azul.

Importante referir que não só espanhóis mas também pessoas de muitas outras nacionalidades se encontravam em força no recinto que cada vez mais optam por dar um salto a Portugal para ver as suas bandas preferidas.

Joe Satriani, que com os seus habituais óculos escuros foi o convidado especial dos Metallica, brindou-nos com um dos mais mornos concertos da noite, uma excelente banda sonora para os que procuravam comida. Os longos solos do mestre da guitarra deixaram a confirmação a todos os presentes que se estava perante um dos grandes mestres de sempre a guitarra eléctrica que fechou o seu concerto com “Surfing with the alien”. Um concerto apenas apetecível para os amantes das guitarradas.

Já passavam das 23 horas quando a banda de James Hetfield subiu ao palco do Super Bock Super Rock, o maior palco que este festival alguma vez viu, com 26 metros de largura de palco, 200.000 watts de som e 400.000 watts de luz. Com um mar de gente a aguardar ansiosamente pela sua subida em palco, o êxtase foi geral quando James e companhia se apresentaram em palco. Com a Tour de nome  “Sick of The Studio’’, os Metallica brindaram o público com cerca de duas horas e meia cheias de encores e lembranças dos velhos tempos dos Metallica. A sua presença e energia em palco faz inveja a muitas bandas que por aí andam, não só pela forma de actuação mas pela sua energia imprimida às músicas e interacção com o público, algo que marca e identifica sempre as grandes bandas, onde não faltou a tradicional ‘Lisbon, Metallica is with you, are you with Metallica?’ . Os acordes das canções de Hetfield, Lars Ulrich, Kirk Hammett e Robert Trujillo vieram com explosões de som e pirotécnicas que sempre contribuem para o espectáculo de uma banda do nivel dos Metallica. Estas explosões eram correspondidas pela explosão do povo que levado pela emoção, o ritmo contagiante e o mosh pit contribuíram e participaram no espectáculo. “Unforgiven”, “One”, “Nothing Else Matters”, “Enter Sandman” e “Seek and Destroy” foram alguns dos momentos altos de uma grande noite, maioritariamente marcada por temas ‘old-school’, de albuns até 1997. “Lisbon! Metallica loves you!” e assim ficou cumprida a promessa feita no Rock in Rio de voltarem em menos de 5 anos a Portugal, ficamos à espera que voltem em breve após o lançamento do seu novo CD.

Aqui deixamos a Line-up dos Metallica no SBSR:

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