O Segundo acto do festival Super Bock Super Rock realizou-se em Lisboa mais uma maratona de dois dias após a semana anterior onde o festival se realizou no Porto.
O primeiro dia encontrava-se marcado por um cartaz pouco homogéneo, a misturar estilos como metalcore, heavy metal, punk e hard-rock. Contudo, muitos foram os que rumaram ao Parque Tejo para mais uma edição do festival, num dia que se prometia bastante enérgico.
Os primeiros a entrar em palco foram Lauren Harris, filha de Steve Harris, o mítico baixista de Iron Maiden. O público ainda não enchia a frente do palco (no recinto apenas 10 mil pessoas) mas a actuação ajudou a aquecer ligeiramente o ambiente havendo ainda espaço para alguns covers. “Steal Your Fire” dos Gun foi o momento alto deste concerto que ficou aquém das expectativas.
Já o recinto começava a ficar mais composto, entram em palco os Avenged Sevenfold que apesar do seu curto concerto (apenas 30 minutos), conseguiram atrair grande parte das pessoas que se encontravam no recinto que não esconderam a sua desilusão por um concerto tão curto. O alinhamento foi retirado essencialmente dos seus dois últimos álbuns “City of Evil” e “Avenged Sevenfold”. Entre outras músicas tocaram, "Afterlife", "Scream" e a fechar o concerto "Unholy Confessions". Com uma boa presença em palco, a estreia em Portugal foi em grande, esta é uma banda a não perder de vista nos próximos tempos.
Aproximava-se a hora de jantar, e já depois de uma visita à sempre concorrida zona de restauração, sobem ao palco os Slayer, uma das bandas mais aguardadas do dia, cuja carreira já conta mais de duas décadas e meia e que continua a arrastar multidões de fãs. Inicia-se o mosh e o crowsurfing com o trash metal dos Slayer completamente arrador. Realizaram um bom espectáculo onde alguns dos “velhos” e grandes êxitos da banda foram tocados como “War Ensemble”, “Raining Blood” e “Angel of Death” , que ajudaram a construir um dos melhores concertos do dia.
A line up oficial dos Slayer:
- Disciple
- Cult
- Chemical Warfare
- Ghosts of War
- War Ensemble
- Jihad
- Die by the Sword
- Spirit in Black
- Captor of Sin
- Dead Skin Mask
- Hell Awaits
- South of Heaven
- Raining Blood
- Mandatory Suicide
- Angel of Death
Era já cerca da meia noite quando os Iron Maiden entraram em palco, e mostraram que velhos são trapos e que não estavam ali apenas para marcar presença. Este que foi um dos grandes concertos da noite, já previsível pois a banda é composta por alguns dos melhores músicos do seu género tendo Steve Harris, Nick McBrain e Adrian Smith.
Com um palco vestido a rigor, e um espectáculo visual e de pirotecnia à altura da banda, revisitaram as suas ‘raízes’ e fizeram com que muitos dos presentes cantassem algums dos temas clássicos e intemporais da banda, como “The Trooper”, “Fear of the Dark” , “2 Minutes For Midnight”, “Can I Play With Madness”, “The Number of the Beast”, entre muitos outros. O concerto durou praticamente duas horas para rejubilo do público.
Em palco, Bruce Dickinson afirmou que na sua “Somewhere Back in Time Tour” iriam tocar para cerca de 3 milhões de pessoas, e uma coisa podemos afirmar, as cerca de 30 mil que os presenciaram no Parque Tejo não ficaram desiludidos.
Fim do o concerto de Iron Maiden muitas pessoas começaram a abandonar o recinto, e entre muita gente se dizia que o cartaz tinha sido feito de forma a que tal acontecesse, pois se Maiden fossem cabeça de cartaz as pessoas ficariam para ver as bandas que se antecederiam. O recinto ficou com cerca de 30% a 25% das pessoas que se encontravam no mesmo.
Seguiram-se os Rose Tattoo que brindaram os resistentes com o seu característico rock’n’roll. Com uma boa presença em palco e não se importando com a redução substancial de espectadores brindaram os festivaleiros com a possibilidade de um passo de dança para aquecer uma noite que tinha esfriado após o fim de concerto de Iron Maiden.
A Line Up de Rose Tattoo:
- One of the Boys
- Man About Town
- Outlaw
- 1854
- Never Too Loud
- Tramp
- Nothing to Lose
- Beaten
- Bad Boy
- Remedy
- Nice Boys
A fechar este primeiro dia, entraram em palco os Tara Perdida, que apesar de actuarem para uma plateia agora bastante mais despida, não faltaram às expectativas dos fãs. Nestes já se denotava um visível cansaço mas não faltaram à chamada de uma das bandas nacionais de punk-rock que mais massas movimenta. A tocarem temas maioritariamente do seu álbum "Nada A Esconder" os Tara Perdida deram um bom concerto onde protagonizaram uma boa interacção com o público.
Acaba assim o primeiro dia do Segundo Acto do Festival Super Bock Super Rock fechando assim um primeiro dia que ficou um pouco aquém a nível organizacional e de cartaz do que o Super Bock Super Rock nos tem vindo a habituar ao longo dos anos. Alguns defeitos foram apontados pelo público, para iniciar o tempo de actuação dos Avenged Sevenfold, seguido pelos poucos stands de comida, pelas condições das casas de banho e por último o merchandising no qual alguns números esgotaram bem cedo.