Reportagem SMV - Festival Oeiras Sounds 2009
Para os amantes do baixo, o dia 24 de Julho tornou-se uma noite memorável quando os SMV subiram ao palco do Oeiras Sounds no terceiro dia do festival e tal como os outros, inesquecível.
SMV é um trio dos melhores baixistas da actualidade: Stanley Clarke, Marcus Miller e Victor Wooten. Esta aliança de 3 gerações de baixista já era pedida há mais de 15 anos pelos fans e foi finalmente concretizada em 2007, quando Stanley Clarke recebeu o prémio de Melhor Baixista e Victor Wooten e Marcus Miller tiveram oportunidade de se apresentarem ao seu mentor e proporem este projecto.
Stanley Clarke tem uma carreira de 36 anos no mundo da música sendo reconhecido pela sua enorme habilidade a tocar e musicalidade e é considerado como uma “lenda viva”. É um pioneiro no jazz e jazz de fusão e já trabalhou com grandes nomes da música, quer músicos, quer produtores.
Marcus Miller começou a sua aprendizagem musical aos 13 anos, aprendendo piano e clarinete mas a sua paixão sempre foi o baixo. Desde jovem que teve participações com grandes nomes mas o que mais o ajudou a crescer foi o grande Milles Davis.
Victor Wooten é considerado o baixista mais influente desde Jaco Pastorius, e é conhecido pelas suas técnicas em solos e as harmonias conseguidas. Tal como Stanley e Marcus já teve participações com grandes nomes da música.
Perante um recinto cheio, o concerto começou com uma introdução de bateria, com o baterista Derico Watson. As expectativas eram elevadíssimas e toda a gente ansiava pelos grandiosos músicos da noite. Quanto estes entraram, pegaram nos respectivos instrumentos e ouviram-se as primeiras notas vindas do baixo de Marcus Miller.
Logo na primeira música o público pode assistir a uma performance de Marcus Miller a tocar saxofone. Para além de virtuoso no baixo também o é neste instrumento.
A música seguinte foi uma apresentação dos músicos e das técnicas que mais os caracterizam.
Apesar de quando se diz que são os três melhores baixistas se pensar que podia ser uma corrida para ver quem toca melhor, é exactamente o contrário! Durante todo o concerto há espaço para os três mostrarem as suas técnicas, em tempos diferentes, há imensa harmonia, há um conjunto de músicos sem nenhuma superioridade e que entre eles fazem músicas geniais, com grandes composições, e tecnicamente irrepreensíveis.
Durante o concerto pode-se ouvir músicas como: “Tutu”, “Thunder”, “Hillbillies”, “Maestro de las frequências ba” havendo também espaço para solos de teclados muito bem concebidos. Houve momento também para Stanley Clarke nos deliciar a tocar contra baixo. Com a música “Milano” mostrou-nos técnicas de baixo aplicadas a este enorme instrumento. Para a última música os 3 baixos voltaram a estar juntos e fizeram magia. Como seria de esperar tiveram de fazer um encore. Chamaram o público para perto do palco e espalharam alegria por todos os presentes.
A conclusão desde concerto é muito simples: memorável! É difícil descrever um concerto quando a qualidade apresentada supera todas as expectativas e nos eleva a um grau superior da música. Três gigantes destes em palco fazem com que a sua actuação se torne no concerto da vida de muita gente.