Reportagem Sensation - The Ocean of White - 2009
Aquela que é considerada por muitos “The World's Leading Dance Event” chega, finalmente, a Portugal, após o cancelamento de há dois anos no Estádio de Faro.
No dia 9 de Maio de 2009, Lisboa teve a oportunidade de mergulhar no tão esperado mágico oceano branco. Ainda o relógio não marcava as nove e à porta do Pavilhão Atlântico já era visível uma imensa mancha branca, a noite prometia...
Os portões para o mundo da fantasia foram abertos às 21h00, as únicas normas a respeitar eram idade mínima (18 anos) e dress code (traje branco integral, excepto calçado e acessórios). A ideia do branco surge em homenagem a Miles, irmão de Duncan Stutterheim (Director-Geral da Sensation), cor usada pelas pessoas que atenderam ao seu funeral, após a sua morte num acidente de viação.
Eram 22h15 quando a verdadeira festa teve início. Um quarto de hora depois do previsto, emerge uma sereia em ambos os ecrãs gigantes do “aquário” acompanhada de uma voz profunda que nos diz que o mar é uma metáfora para o psíquico, que vamos mergulhando nas nossas almas enquanto dançamos ao som da música.
É precisamente essa voz penetrante que anuncia a entrada de Erick E, o primeiro dj da noite, conhecido pelo seu estilo House. O holandês passou, entre outras, “Just Dance”, da Lady Gaga. Nem mesmo as forças de segurança se contiveram e, também eles, dançaram ao som de Erick E, presença constante no Sensation.
Para apimentar as coisas, surgem doze bailarinas em bikini a fazer bolinhas de sabão com uma coreografia bem ensaiada ao ritmo do dj.
Uma hora e um quarto depois do início do mergulho aparecem quatro sereias, transportando, duas a duas, uma bola gigante de luz colorida. Também o público teve a oportunidade de tocar nas chamadas pérolas, quando algumas dessas bolas foram postas a flutuar no mar de criaturas brancas.
Ao mesmo tempo, chega Diego Miranda. O já conhecido dj português, começa a sua setlist com a música “Forever Young”, conseguindo pôr toda a gente a cantar em uníssono. Passou ainda músicas de renome como “Smells Like Teen Spirit” dos Nirvana, misturada com a “Put Your Hands Up For Detroit” do também dj Fedde Le Grand e “With or Without You” dos U2, tudo numa onda House pela qual é conhecido. Diego Miranda leva a assistência ao rubro com a passagem de “Otherside”, dos RHCP.
À meia-noite o público é surpreendido com a presença de dez modelos dentro de umas bolas transparentes, como se fossem elas as mais preciosas pérolas saídas das mais belas ostras dos oceanos.
Mastik Soul, dj e produtor nomeado para a categoria de “Best House Artist” nos Beatport’s Music Awards 2009, entra pouco depois das doze badaladas. O, também ele, dj português passou Daft Punk, The Police… assim como as músicas “What the f**k” e o “Rap das Armas”, não deixando de parte a sua mais famosa criação “Jacobino”. Durante toda a hora que esteve no centro do Pavilhão Atlântico, Mastik Soul fez questão de passar música em bom português.
As doze magníficas e brilhantes medusas que desfilaram ao som de Mastik Soul fizeram a delícia do público.
“Pressure… Absurd… Everything… Change…” dizia a voz arrepiante que nos invadia os corpos. Era a vez do tão esperado Megamix. O auge da noite, o clímax! O público delirou, ficou fora de si. Queen, Fedde Le Grand, Felix da Housecat, The White Stripes (toda a gente cantou o “po po po”), Coldplay, Tiesto, The Prodigy, tudo o que há de melhor! Dois homens voadores incendiavam o público com as faíscas que saíam de si. Canhões espalhavam a magia pelo ar ao atirarem papéis brilhantes por toda a plateia. Magnífico!
O Megamix elevou muito a fasquia, o próximo dj tinha que trabalhar muito para superar tal momento. Sebastian Ingrosso foi o homem da noite: saltou, assobiou, gritou, mexeu com o público. O membro dos Swedish House Maffia passou “Safisfaction”, “Show Me Love”, “Insomnia”, “Calábria”, “One More Time”, o classic “Sweet Dreams”… sempre puxando ao máximo por todos os milhares de pessoas que marcaram presença no Pavilhão Atlântico naquela noite mágica.
O momento sexy da noite teve lugar às 2h10: doze dançarinas fizeram os olhos de toda a gente brilhar ao moverem-se ao ritmo da música debaixo das fontes de água existentes no palco.
“Felix in the House”, desculpem, Felix da Housecat entra já depois das três. Num estilo um bocadinho mais pesado que os djs anteriores, o dj/produtor americano passou, entre outras, a música “Kids” dos MGMT.
Era a vez de Tocadisco, Toca para os amigos, autor de algumas das melhores produções que misturam elementos do minimal, electro, house e techno. Foi com o alemão, natural de Colónia, que a noite terminou em grande às seis da manhã, depois de oito horas de festa.
Luzes, água, fogo, lasers, dança e muita, muita música fizeram o público português desejar viver debaixo de água. Esperam-se as próximas edições, três já estão prometidas... até lá “be part of the night – dress in white”.