Reportagem Sumol Summer Fest 2012
29 de junho
Mesmo a celebrar a entrada do Verão, milhares de festivaleiros, de todas as idades, deslocaram-se à vila da Ericeira para mais um Sumol Summer Fest, que traz de volta as boas vibrações do reggae. Perto das 16 horas, já se concentravam os fãs mais focados em ficar na primeira fila e quando as portas abriram, a correria foi instantânea.
Muitos nomes sonantes do reggae português e internacional fazem parte do cartaz deste ano, mas as honras da abertura do primeiro dia foram para o conhecido grupo Mercado Negro, no Palco Sumol. O relógio marcava as 19 horas quando a banda começou a dar os primeiros acordes de “Oh Lua” e “Leoa Tigresa”, fazendo um pequeno medley com os singles mais conhecidos. Com isto entra Messias, o vocalista da banda, com uma camisa ao bom estilo havaiano, seguindo o concerto com “Poder de Sonhar”. Sempre a puxar pelo público, o simpático e bem-disposto grupo cantou temas também do seu mais recente álbum “Conversas De Quintal“, como “Daquela Montanha”. Para o fim, ficaram os grandes êxitos dos Mercado Negro, quem não se lembra da letra de “Leoa Tigresa”?
Uma hora e meia depois, é a vez da jovem belga Selah Sue. Com apenas 23 anos, já conquistou os media com o seu álbum de estreia. O público segue com entusiasmo a artista que canta os seus mais populares temas, “Just Because I Do”, “Black Part Love” e “This World”. Mas Selah aproveitou a ocasião para cantar dois novos temas, “Break” e “Fade Away”, tornando o momento mais intimista, com a artista a tocar guitarra. O tempo voa e antes de acabar, Selah ainda actuou “Crazy Vibes” e a poderosa “Raggamuffin’”. A artista confessou adorar o nosso público e deixou a promessa de cá voltar assim que puder. Cá a esperamos.
Já o sol há muito se tinha posto e a afluência no recinto era notória para receber um dos grandes nomes do reggae Português. Ora pois, trata-se de Richie Campbell. Um verdadeiro exemplo de como se faz boa música no nosso país e que já levou o nome de Portugal muito longe. O público vibrou ao máximo com as atuações de “911” e “Everytime I Cry”. O terceiro concerto do Palco Sumol estava longe de acabar e ainda centenas de festivaleiros estavam a entrar para assistir ao primeiro dia do Sumol Summer Fest.
Perto das 22h15, o público acompanhava Richie Campbell & The 911 Band na música “Missing You” e pouco depois entra Dengaz para um brilhante dueto: “From the Heart”. Seguiram-se “Blame it on me” e claro, “That’s how we roll”, que foi o tema escolhido para encerrar um dos concertos mais esperados deste festival, cujas expectativas foram, pelo segundo ano consecutivo, superadas.
Era a vez dos Ponto de Equilíbrio, o grupo de reggae brasileiro que visitou o nosso país pela primeira vez em 2006 e que, no Palco Sumol, voltam a trazer as boas vibes características desta banda. Abriram o concerto com “Janela De Favelas” e não faltaram os temas mais conhecidos do último álbum “Dia Após Dia Lutando” para o qual ainda não se conhece sucessor.
Esta banda alcançou notoriedade de maneira subtil, tendo começado a atuar em pequenos bares em S. Paulo e uma década depois de terem surgido no panorama musical, são já uma referência no reggae, tendo como principal objetivo a divulgação dos ideais de igualdade e justiça, bem ilustradas nas músicas “Novo Dia” e “Hipócritas” que fizeram parte da setlist do grupo no festival.
Para encerrar a noite de puro reggae, um grande nome. Oriundo da Costa do Marfim, Seydou Koné, mais conhecido por Alpha Blondy, traz a Portugal a experiência de anos de carreira. Vestido a rigor, com gravata incluída, inicia o concerto com o grande hino “Jerusalem”, cuja letra mostra bem a mensagem que o artista quer passar: união de todos os povos, ou não fosse ele natural de um continente profundamente marcado por guerras e segregação racial.
“Peace in Liberia”, “Apartheid is Nazism” e até “Jah Glory” fizeram-se ouvir no recinto do Sumol Summer Fest, que não desapontaram os fãs mais fiéis.
A partir das duas da madrugada, cabia a DJ Ride, em parceria com MC Tekilla, conduzir a diversão pelo resto da noite, já que Gui Boratto, o DJ Brasileiro que estava escalado para atuar, foi obrigado a cancelar por motivos familiares.
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30 de junho
Se o primeiro dia do Sumol Summer Fest atraiu milhares de festivaleiros à Ericeira, o segundo dia, onde se ouviu a língua portuguesa maioritariamente, tinha um cartaz prometedor: desde os Portugueses Souls of Fire até ao Brasileiro Gabriel O Pensador, a noite prometia boa música no último dia do festival.
“O azar de uns, é a sorte de outros” já dizia o provérbio Português. Enquanto a greve dos controladores aéreos fez com Beenie Man cancelasse a sua actuação no Sumol Summer Fest, os Portugueses Souls of Fire vieram em substituição e aproveitaram para celebrar a década de carreira no Palco Sumol, junto de mais de 30.000 pessoas que estavam na Ericeira. Apresentaram-se em palco às 19 horas e, aproveitando a oportunidade, tocaram músicas do seu mais recente álbum “Pontas Soltas”.
Continuando em Português, era a vez de Bezegol & Rude Bwoy Banda, vindos do Porto, atuarem no festival. O público não tardou em mostrar o apoio à banda logo na música de abertura, “Fora de Lei” do EP “Monstro”. Apesar da voz rouca, característica de Bezegol, nada ficou por dizer, num concerto em que o tema “Rude Sentido” mistura o mais típico estilo musical Português – o fado – com o reggae, numa combinação que seduz quem a ouve.
Apesar do sol já se ter posto, o Sumol Summer Fest ainda tem muito para dar. Centenas ainda tentam entrar no festival e às 21h30, Barrington Levy, o veterano com quase 30 anos de carreira, dá início à sua atuação. Desde cedo que o artista jamaicano marcou uma posição sólida no reggae e os seus fãs puderam acompanhá-lo em “Reggae Music”, “I Have It” e “Here I Come” que foram lançadas numa década em que a maioria do público que estava presente no festival ainda não tinha nascido.
O reggae está longe de abandonar o recinto do festival e, eis que um dos nomes mais sonantes anunciados para hoje faz vibrar o público: S.O.J.A. Os americanos, que actuam pela 2.ª vez na Ericeira, são recebidos com grande entusiasmo e, ainda mesmo antes entrarem em palco, já se ouvem gritos do público a chamar pela banda. Formada em 1997, em Washington DC, Soldiers of Jah Army, ou simplesmente, S.O.J.A, actuaram temas do álbum “Strength to Survive”, que saiu em em janeiro último, assim como os mais conhecidos singles: “Never Ever”, “I don’t wanna wait”, “Losing My Mind”, “Rest of My Life” e “You Don’t Need Me”.
Uma hora e meia de concerto onde a banda não poupou agradecimentos ao público Português pela calorosa recepção e frisaram o prazer em tocar em terras lusas. Apesar do frio que se fazia sentir, ninguém arredou pé do Palco Sumol que se preparava para receber um grande artista, vindo de terras brasileiras. Perto das 00h30, Gabriel O Pensador, cabeça de cartaz do último dia do Sumol Summer Fest, entrava para dar um concerto memorável. “Palavras Repetidas”, “Eu e a Tábua”, “Rap do Feio” foram alguns dos temas escolhidos.
Aproveitando a boa energia, Gabriel canta “Could You Be Loved” de Bob Marley, grande ícone do reggae internacional e inspiração para muitos artistas. Na música que se segue, o artista chama ao palco alguns fãs para fazerem um dueto com ele em “2, 3, 4, 5,meia, 7, 8”, passando para o bom estilo brasileiro – o samba - com “Festa da Música do Tupiniquim”.
A vontade de continuar pela noite fora era muita, mas estava na hora de Gabriel O Pensador finalizar a sua actuação no Sumol Summer Fest e pediu sugestões ao público da música que seria cantada em último. “Até Quando?” foi a escolhida para encerrar a noite. Veremos o artista em Portugal mais vezes, sob promessa do próprio.
Arrebatadora seria a palavra que classificaria este festival, na sua 4.ª edição. Eram 02h30 do primeiro dia de julho e cabiam agora ao alemão Booka Shade as últimas horas de música no Palco Sumol. O regresso já está garantido para 2013, segundo Luís Montez, presidente da promotora responsável do festival, Música no Coração. Lá voltaremos!
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quarta-feira, 26 junho 2013