Reportagem Super Bock Super Rock 2007 - Acto 2
Este segundo acto do 13º SBSR demarca-se pela menor quantidade de público comparativamente ao 1º acto. A chegada fazia-se de forma fácil e o máximo de tempo de espera na fila de entrada não passava os 40 minutos.
Os Y? abriram as hostes actuando apenas 15 minutos. Esta banda que foi a vencedora do pre-load iniciou a sua actuação pelas 17 horas. "Save your sample", "Glad it's over" e "Stop it" foram alguns dos temas tocados. Demarcados pelo rock, apesar do pouco público presente conseguíram demonstrar a sua garra principalmente devido à vocalista, possuidora de uma voz forte e pouco comum.
Já eram 17h30 quando sobem ao palco os Bunnyranch . O vocalista Kaló sobressai cantando e tocando bateria. A plateia não era muita mas Kaló conseguiu revelar o que de melhor havia no público – a energia. “Liar alone", “In The Land of the Poor”,”Flip Flop”, ”The Dog”, “Can't Stop The Ranch”, “Inside My Head”, “Little Bird Get In Shape” foram apenas algumas das músicas tocadas. A banda sai em alta com a aprovação de todos os presentes.
Os The Gift já nos habituaram a inovação em todos os concertos realizados. Desta vez era a roupa de Sónia Tavares, dos Story Tailors, que com uma camisola branca transparente de grandes folhos aberta nas costas e umas calças igualmente de folhos pretas faziam sobressair a sua presença. Nos 50 minutos tocados constaram temas como “Music”, “Driving You Slow” e “Question of Love” que foram os mais entusiasticamente recebidos pelo público. O concerto contou ainda com um coro de seis vozes femininas em “Actress”. No fim o público agradeceu a energia, empenho e qualidade de mais um concerto dos The Gift.
Os Klaxons descem à Capital, após um concerto na Casa da Música, e trazem consigo um baterista para apresentar o seu álbum de estreia Myths of the Near Future. Temas como “Gravity's Rainbow”, “Atlantis To Interzone”, “Magick” e “It's Not Over Yet” foram os mais aplaudidos. “Golden Skans”foi dedicada pelo vocalista Jamie Reynolds a todos os presentes. O concerto termina com “Four Horsemen Of 2012” e com o vocalista descendo até junto do público levando ao rubro todos os presentes. O tempo de espera para entrar não ultrapassava os 15 minutos e a casa começava a ficar composta. Com ela chegou também o vento frio mas nada que os Klaxons não conseguíssem aquecer com a sua música.
A actuação do quarteto dos irmãos Romeo e Michele Stodart e Sean e Angela Gannon conquistou o público. Os Magic Numbers têm como indiscutível trunfo a voz de Angela Gannon e vieram dar a conhecer Those The Brakes, o segundo álbum editado em Novembro de 2006. “Forever Lost”, “Undecided”, “I See You, You See Me” , “Love Is a Game” foram músicas que constaram do alinhamento.
Os Bloc Party conseguíram colocar energia em todos os presentes. O vocalista Keke Okereke encontrava-se visivelmente emocionado pois este era o último concerto da tournée. A sua energia foi transportada para o público tendo conseguído por todos a cantar: “Olé, Olé, Olé, Olé” e ainda perguntando num portugués arranhado: “Estam a cOrtir??”. Alternando entre o álbum de estreia Silent Alarm e o mais recente A Weekend In The City “Banquet”, “Hunting For Witches”, “This Modern Love”, “Two More Years”, “The Prayer”, "Song For Clay”, “Like Eating Glass”, “Pioneers” e “Helicopter” constaram do alinhamento. Em “She's Hearing Voices”, Kele desceu até junto do público sempre aos saltos e a correr tendo inclusive perdido o fio do micro por breves segundos. Tudo isto acaba com o baterista a oferecer as baquetas ao público.
Em Agosto de 2005, os Arcade Fire deram o seu primeiro concerto em terras lusas. Paredes de Coura parava para que ouvir e sentir um concerto único, mas talvez por ter sido de dia a magia não se sentiu de uma forma tão intensa como agora no SBSR. Para apresentar o novo álbum “Neon Bible” o palco encontrava-se decorado com uma grande cortina vermelha e com vários televisores que transmitem os diversos intervenientes do concerto.
Mas tudo começa de uma forma inesperada, passavam poucos minutos da meia noite quando se ouve uma rapariga, num vídeo, a proclamar a religião evangélica (vé aqui). "Black Mirror" foi a música de abertura e que concerto este. Hora e meia de puro êxtase. A troca de instrumentos constante realça a qualidade e experiência da banda.
O baixo, a bateria, o teclado, as guitarras, os violinos, o acordeão e todos os outros instrumentos fazem desta banda única no mundo. Canções como "Haiti", "Intervention", "The Well and the Ligthouse", “Ocean of Noise”; "Rebellion (lies)", ”Tunnels”, "Keep the car running" e “No Cars Go” foram ouvidas com grande entusiasmo. A celebração acabou com "Wake up" do álbum Funeral com muitas mãos no ar e com todos a cantar. Lindo de se ver, lindo de se ouvir... A banda de Win Butler ofereceu assim um espectáculo irrepreensível, satisfazendo as melhores expectativas.
Line up:
Black Mirror
No Cars Go
Haiti
(Antichrist Television Blues)
Intervention
Headlights Look Like Diamonds
The Well & The Lighthouse
Ocean of Noise
Tunnels
Rebellion (Lies)
Power Out
Keep The Car Running
Wake Up
O primeiro dia acaba em grande…
4 de Julho
Mais um dia deste festival e contam-se perto de 20 mil pessoas (sem dados oficiais).
O cancelamento do concerto dos norte-americanos Rapture obrigou a ajustes nos horários:
18h00 - Mundo Cão
18h55 - Linda Martini
20h00 - Clap Your Hands Say Yeah
21h25 - Maxïmo Park
22h45 - Jesus & Mary Chain
00h20 - LCD Soundsystem
Coube aos Mundo Cão abrirem o segundo dia do Acto 2 pelas 18 horas. O recinto estava praticamente vazio. A banda mostrou temas do álbum de estreia. “Da Vertigem Sou Mendigo” e “Morfina” encerraram o concerto.
Já com um público ligeiramente mais composto os Linda Martini que são repetentes no SBSR trouxeram ao palco músicas como “Dá-me a Tua Melhor Faca”, “Amor Combate”, “Lição de Voo Nº 1” e “A Severa”. Constituída por André Henriques, Pedro Geraldes, Cláudia Guerreiro, Sérgio Lemos e Hélio Morais conseguíram conquistar os festivaleiros.
São 20 horas e os norte-americanos Clap Your Hands Say Yeah encontram-se pela primeira vez em Portugal para apresentarem o novo álbum Some Loud Thunder . Alguns dos temas tocados foram “Satan Said Dance”, “Over and Over Again (Lost & Found)”, “The Skin of My Yellow Country Teeth” e “Upon This Tidal Wave of Young Blood”. Contudo o publico não se deixou conquistar pela voz de Alec Ounsworth.
Os Jesus & Mary Chain foram a decepção da noite. Começaram o concerto com afinação de instrumentos em palco e depois um falso arranque em “Some Candy Talking” parecia traduzir o pior. "Never Understand", "Sidewalking", "Happy when it rains", “Just Like Honey”, “Head On”, “Reverence», “Catch Fire”, “Cracking Up”, “Far Gone & Out”, “Snakedriver”, “Amputation” e “teenage Lust”não chegaram para conseguir animar verdadeiramente o público. A letargia e tédio demarcaram este concerto. Considerado por muitos uma das maiores desilusões deste festival.
Os LCD Soundsystem foram as grandes estrelas da noite. A dança foi a marca presente do inicio ao fim. A energia que colocou toda a gente a dançar e a cantar foi de mestre. Com James Murphy a comandar as tropas o funk domina. “Us vs Them” do recente Sound of Silver, "North American Scum", e a sequência “Daft Punk Is Playing at My House”, “Time to Get Away”, “All My Friends”, “Sound of Silver”, “Tribulations” fizeram valer a espera. Em «Yeah» todos gritavam “Yeah, Yeah, Yeah” como alguém que quisesse expelir todo o mal que há em nós e trazer a boa vibe. O fecho ficou a cabo de «New York I Love You, But You’re Bringing Me Down».
5 de Julho
Tal como nos outros dias as bandas iniciais não têm muito público a assistir. Ao fim da noite chegou às 20 mil pessoas (dados não oficiais).
O dia começou mais cedo com uma actuação-surpresa dos portugueses Gentlemen Strip Club. Depois foi a vez Anselmo Ralph mostrar o seu R&B a um público que não estava muito na sua onda.
Os Micro Audio Waves são compostos por Flak, Carlos Morgado e Cláudia Efe e apenas tiveram 20 minutos de actuação. Contudo, não pouparam energia durante os mesmos e apresentaram Odd Size Baggage. Ouvimos temas como “Odd Size Baggage”, “Fully Connected”, “2 Night (u & i)” e “Down By Flow”, acompanhadas por entusiasmo do público.
Os portuenses X-Wife tocaram alguns temas do próximo álbum, mas foi “Ping Pong” e “Eno” que obtiveram maior reacção dos festivaleiros.
O concerto dos Interpol foi marcado pelo novo álbum Our Love To Admire que estará à venda dia 9 de Julho, segunda-feira. “Pioneer To The Falls” é tema de abertura do mesmo. Vestidos de preto músicas dos seus três álbuns foram tocadas. “Rest My Chemistry”, “PDA”, ”Mammoth”, “Slow Hands”, “Heinrich Maneuver”, “Evil” e “Obstacle 1” são alguns exemplos. A última música a ser tocada foi “Stella Was A Diver And She Was Always Down”. Os Interpol vão regressar a Portugal para um concerto único a 7 de Novembro no Coliseu dos Recreios, em Lisboa. Os bilhetes já estão à venda.
De seguida deu-se a estreia dos Gossip em Portugal. O trio é uma das grandes revelações rock tendo o seu maior trunfo na carismática vocalista Beth Ditto. Caracterizada por ser bem gordinha estava completamente à vontade, com o seu vestido azul e branco, referindo que a única palavra que sabia em português era bunda. A assistência aplaudiu à combinação de guitarra e bateria e Ditto elogiou os X-Wife tendo os visto a actuar. “Standing In The Way of Control” e “Listen Up!” foram as músicas mais aguardadas. Uma versão de “Are You That Somebody” foi ainda dedicada à cantora Aaliyah, desaparecida há seis anos.
Os TV on the Radio estreavam o seu álbum de 2006 "Return to Cookie Mountain" e não desiludiram a audiência. Tunde Adebimpe esteve incansável partilhando energia. “Dreams” e “Wolf Like Me» foram os momentos altos da noite.
Fica o line-up dos TV on The Radio :
Young Liars
The Wrong Way
Dreams
Province
Wolf Like Me
Dirtywhirl
Blues From Down Here
Let The Devil In
Satellite
Staring At The Sun
Os Scissor Sisters conseguíram disseminar o espírito de folia com a sua música ultra-pop. A banda actuou à frente de uma tela que exibia uma tesoura a separar a zona entre dois seios. Em cerca de uma hora a assistência não se cansou de dançar. “Take Your Mama Out”, “I Can’t Decide”, “She’s My Man”, “Laura”, “I Don’t Feel Like Dancing” Antes de cantar “Tits On The Radio” Ana Matronic incentivou o público a mostrar as mamas mas as jovens não responderam ao apelo.
A edição deste ano terminou perto das duas da madrugada de sexta-feira com os Underworld. Conseguíram a proeza de transformar o recinto numa discoteca. Ninguém desistiu e dançaram mesmo sabendo que no dia seguinte era dia de trabalho. Também os três ecrãs gigantes, dispostos dos dois lados do palco e ao fundo do mesmo, ajudaram a criar a vontade de dançar. Karl Hyde puxa pelo público que através das batidas dança até quando a banda quiser. “Born Slippy”, faz parte da banda sonora de Trainspotting, foi o auge da noite.
Para o ano há mais!