Reportagem Rock In Rio 2010 - 29 de Maio
É chegado o quarto dia do Rock In Rio Lisboa, um dia dedicado aos mais novos, em que se espera a maior enchente do festival. No dia do festival dedicado à família o ambiente era irreconhecível. As famílias responderam ao apelo da organização do festival e deslocaram-se com os mais pequenos ao Parque da Bela Vista.
Quem deu início à festa foi a cantora Lúcia Moniz acompanhada de Mister Lizard, no Palco Sunset. O público não era muito mas isso não impediu os músicos de animarem o ambiente. Entre o intimismo de Lúcia e a descontracção de Mister Lizard, pais e filhos cantaram, dançaram e até se abraçaram, a pedido de Lizard.
O concerto que se seguiu pode-se dizer não ter corrido exactamente da forma como poderíamos ter esperado. Para além de ter começado atrasado e só ter durado 45 minutos, os MANTHA, banda que acompanha o Tiago Bettencourt e que também estava anunciada para o festival, nunca chegou a aparecer. Apesar disso, o concerto do ex-vocalista dos Toranja com a cantora brasileira Tiê correu bastante bem. Tiago avisou logo de inicio que iria ser um espectáculo “calminho” e não mentiu a ninguém. Foi, de facto, um concerto muito intimista em que os dois músicos, com registos vocais bastante semelhantes, se apresentaram sempre em palco e em que, juntos, partilharam músicas de ambos bem como as músicas “Laços” e “Carta” da antiga banda de Tiago. Esta última acabou por ser o ponto alto do concerto, com o público todo a cantar em conjunto.
Para fechar o Palco Sunset tivemos a presença dos dois veteranos da música portuguesa e brasileira, Luís Represas e Martinho da Vila. Foi um concerto com bastante mais assistência e onde reinou a boa disposição evidenciada pelos dois amigos de longa data. Verdadeiros clássicos dos dois músicos como “Mulheres”, “Feiticeira”, “Madalena do Jucu” e “A Hora do Lobo”, fizeram as delícias de um público que acompanhou os artistas cantando as músicas tão bem conhecidas. Em palco esteve também a filha de Martinho, Maira Freitas, que encantou ao piano e na voz. O concerto acabou como começou, com uma grande ovação da assistência e com a música “Oração da Mãe Menininha” do músico brasileiro Dorival Caymmi.
Mais uma vez, cabem a um grupo português as honras de abertura do Palco Mundo. Desta vez são os D’zrt a animar o público. O quarteto de vozes foi muito bem recebido pelos jovens presentes, com alguma euforia à mistura. Cifrão, Angélico, Vintém e Edmundo estiveram sempre no tom, e dispostos a dançar. “Feeling”, “Verão Azul” e o já clássico “Para Mim Tanto Me Faz” foram algumas das músicas que mais mexeram com os milhares de jovens presentes, e surpresa das surpresas, a actuação viria a terminar com a música... “Feeling”, para novo momento de êxtase.
Antes de prosseguir, uma pequena acção de sensibilização com os Doutores Palhaços da Operação Nariz Vermelho dedicada às crianças doentes em casa, entrou em palco para tocar no piano gigante que estava desenhado no chão. Além disto, foram distribuídos milhares de narizes de palhaço por todo o recinto, incentivando todos a “meter o nariz onde é chamado”.
Amy MacDonald era quem se seguia no Palco Mundo, mas tudo ficou muito morno quando a escocesa subiu ao palco principal do Rock In Rio Lisboa. “A Curious Thing”, álbum lançado este ano, é o pretexto para mais um concerto em Portugal, mas a cantora do Reino Unido não conseguiu encantar a multidão, que não se encaixava com o Folk debitado por Amy MacDonald. Apesar de muitas demonstrações de carinho por parte de uma pequeníssima parte do público, só na recta final se assistiu a algum entusiasmo por parte do público com "This is The Life".
Ao contrário dos dias anteriores, a penúltima banda ainda entrou em palco de dia. Os McFly entram em palco com boa atitude, recebidos por uma larga base de fãs, apesar de a sua fama ter tido início há relativamente pouco tempo. A primeira fila maioritariamente feminina misturava vários cartazes de Miley Cyrus com pedidos aos meninos bonitos de Londres. Quem os visse de ouvidos tapados, nunca diria que são uma banda pop cujo público pouco ultrapassa os 15 anos. Por entre saltos e expressões a fazer lembrar uns Sum 41 (mais calmos, no entanto), recomeçaram a tarefa de aquecer o público com One for the Radio de Radio:Active e Everybody Knows. Obviously, que os levou a bater um record que antes pertencia aos The Beatles, mostrou que não se faz espectáculo só de caras bonitas. Da lista vasta de músicas bem ensaiadas e que de modo geral entretiveram a multidão que se ia juntado para a cabeça de cartaz, contou-se "Falling in Love", "P.O.V. (Point of View)" e uma versão acústica de "Too Close for Comfort". Seguiu-se "Star Girl", música exibida aos astronautas da NASA e "Room on the 3rd Floor", antes de se ouvir a grande cover dos Beastie Boys, "You Gotta Fight for Your Right" – que, ao contrário de outras bandas que se apropriam desta música, não foi tão activamente recebida como seria de esperar. "All About You" foi a escolhida para a [quase] despedida. Para o encore deixaram “Lies” que agitou os pequenos, e o single do primeiro álbum “5 Colours in Her Hair”.
Chegava o momento mais esperado pelo público. Miley Cyrus, celebrizada como Hannah Montana, mas a querer abandonar esse nome, estreia-se em Portugal, ainda para mais como cabeça de cartaz, para apresentar o mais recente “Can’t Be Tramed”. O concerto teve inicio com mais uma enorme manifestação de alegria dos jovens fãs da norte-americana e com o single com o mesmo nome do último album. Miley Cyrus esteve sempre muito activa, cheia de energia e fazendo-se acompanhar de um grupo de bailarinos, mas ficou visto que não tem a mesma capacidade vocal que aparenta ter em estúdio. A cantora foi tocando muitos singles, como “Breakout”, “Start All Over”, “7 Things”, ou “See You Again”. Os portugueses reagiram sempre com muita alegria, bastando para isso terem à sua frente o seu idolo. Miley Cyrus regressaria para um encore com “The Climb”.
Amanhã será o quinto e último dia do Rock In Rio Lisboa. Depois de um dia dedicado aos mais jovens, e daquela que foi provavelmente a maior enchente até agora, virá o dia dedicado à música pesada.
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