Reportagem Rock In Rio 2010 - 21 de Maio
A edição de 2010 do Rock In Rio Lisboa já começou e aqui fica a descrição e as fotos do primeiro dia para que saibas o que se passou pelo Parque da Bela Vista.
A tarde, ainda quente, abriu as portas para Os Azeitonas, acompanhados pelo fadista António Zambujo no Palco Sunset. A parceria entre os músicos poderia parecer inusitada, no entanto surgiu antes da própria banda existir, num bar de Lisboa. O concerto começou de um modo mais intimista, com as músicas de António Zambujo, acompanhadas pela guitarra portuguesa e pelo acordeão. O público, apesar de tímido, mantinha-se atento e entusiasmado e o auge do concerto foi quando António Zambujo revelou que iriam experimentar algo nunca antes feito. Foi com o fado na voz e acompanhado de ritmos tradicionais portugueses que cantou algumas estrofes de “Quem És Tu Miúda?”, o maior êxito da banda portuense, que acabou por o acompanhar e finalizou a música com um público já bastante mais esfusiante.
Seguiu-se o concerto de Boss AC acompanhado de Yuri da Cunha, este que foi o concerto que levou mais público ao palco Sunset no primeiro dia do festival. Boss AC entrou vestido de branco, remetendo a figura para o nome do seu mais recente álbum “Preto no Branco”. Os dois músicos rapidamente puseram a audiência toda a dançar ao som dos contagiantes ritmos africanos, sendo que o exemplo foi dado por Yuri da Cunha que não parou de dançar. A estes ainda se juntou o brasileiro Toni Garrido que tocará no segundo dia do festival, ao lado de Rui Veloso e Maria Rita.
Chega o fim de tarde ainda com muito calor e no Palco Mundo encontra-se já uma considerável multidão para ver Mariza. A fadista portuguesa, cujo talento é reconhecido internacionalmente, começou a sua actuação com “Já Me Deixou”. A sua voz poderosa conseguiu encantar todo o público. Nas palavras de Mariza, "quem disse que o Fado não tinha lugar na Cidade do Rock?". Logo de seguida, “Maria Lisboa”, foi provando que o Fado não tem de ser triste e que se pode transformar numa festa bastante animada. Durante todo o concerto, Mariza interagiu bastante com o público e depois de músicas como “Morada Aberta” (de Rui Veloso e Carlos Tê), “Rosa Branca” e “Feira de Castro”, a cantora portuguesa cantou já em jeito de despedida “Gente da Minha Terra”, momento em que desceu do palco e se aproximou do público para se despedir em grande. Mas o concerto só terminou com “Come As You Are”, dos Nirvana, interpretado por Mariza, como grande surpresa.
No Palco Sunset sobem finalmente, os O’QueStrada fechando o palco no primeiro dia do festival. Foi com menos público (mas não menos entusiasmado) que fizeram a festa e trouxeram os amigos, naquela que foi uma enorme celebração da fusão de estilos, culturas e nacionalidades, bem ao estilo desta banda almadense. Foram, ao longo do concerto, revelando os “Segredos de Portugal” (ou “Amores de Estrada”, como a banda lhes chamou) que tinham guardados para o público: os Fadistas de Garra, os Anónima Nuvolari e os Cavalinhos D’Strada (“a filarmónica mais pequena e mais furiosa do mundo”). O público dançou, cantou e aplaudiu a verdadeira festa de música e cores que acontecia tanto em cima do palco como cá em baixo.
No Palco Mundo, seguiu-se a brasileira Ivete Sangalo num recinto já perto de encher. Quando a cantora entrou em palco começa aquilo que viria ser uma hora de dança sem parar. Um palco repleto, com bons músicos, dançarinos e coro, ajudaram a dar colorido a uma actuação iniciada com “Na Base do Beijo”. Durante todo o concerto era visível uma moldura humana absolutamente impressionante, cheia de braços no ar, onde toda a gente saltava e dançava. A festa viria a terminar com “Arerê” e “País Tropical”, temas que levaram ao rubro os presentes neste primeiro dia do Rock In Rio Lisboa.
Foi a John Mayer que coube a tarefa de fazer esquecer a enorme festa de Ivete Sangalo. O compositor norte-americano levou muita gente ao Palco Mundo, onde o mar de gente já se perdia no horizonte. Para começar em beleza, John Mayer tocou logo o seu último single “Heartbreak Warfare”. O público foi pouco interventivo, mas muito atento e em muitos momentos rendido ao talento do músico de Bridgeport. Liderando uma equipa de músicos altamente competentes, John Mayer foi brindando o público português com êxitos como “Waiting On The World To Change” e “Bigger Than My Body”. O público ia admirando o virtuosismo de John Mayer com a guitarra e um excelente solo de bateria de Keith Carlock. “Who Says”, “Belief”, “Half My Hear” e “Why Georgia” seguiram-se. A despedida, foi feita com “Gravity” e com um final digno de uma grande noite de rock ‘n’ roll, com John Mayer a solar com a guitarra no chão.
Depois de três excelentes concertos, faltava o principal chamariz do dia de abertura. Shakira era o principal pretexto para a multidão que se encontrava no Palco Mundo e foi quem mais público levou ao principal palco do festival. Com algum atraso, Shakira entrou em palco passava já da meia-noite, mas certamente não houve arrependimento na plateia pela espera. “Ojos”, inaugurou o concerto, em tons orientais, com danças exóticas e sedutoras, um aperitivo para tudo o que se seguiria. A colombiana fez sempre questão de falar em português e mostrou sempre um grande carinho pelo público lusitano. Todo o espectáculo foi bem coordenado e muito equilibrado, tendo os seus momentos mais altos nas músicas “La Tortura”, “Whenever, Wherever” e “Mi Gordita”. No encore Shakira cantou “Gipsy” e “Hips Don’t Lie”, num concerto que teve como convidado o rapper Calle 13, que deu um colorido ainda maior a esta noite, nas suas colaborações com a cantora colombiana.
Ao todo, contaram-se mais de 80.000 pessoas a visitar a Cidade do Rock no primeiro dia. Para o segundo espera-se igual enchente com Elton John e Leona Lewis como nomes internacionais.
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